Lula nega crise no PT e diz que partido "continua forte"

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou nesta quinta-feira, em entrevista a emissoras de rádio no Rio Grande do Norte, que exista uma crise no PT, mesmo com o comunicado pela manhã de que o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) deixará a liderança da legenda. Segundo ele, "o PT continua forte e com muitas possibilidades".

Mercadante deixa o cargo em decorrência da decisão do partido de arquivar, na quarta-feira, a abertura de investigação pelo Conselho de Ética contra o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), o que contrariou decisão tomada pela bancada petista. O parlamentar oficializa a saída às 15h, em discurso, na tribuna.

Lula também comentou a decisão de quarta-feira do senador Flávio Arns (PT-PR) de deixar o partido nos próximos dias. "O Flávio Arns é um senador de primeiro mandato, é um companheiro que tem seus valores, mas sempre foi muito encrencado com o PT."

Arns disse que irá deixar o PT por entender que a legenda abandonou suas bandeiras da ética e da transparência ao se posicionar favorável ao arquivamento das denúncias contra Sarney.

Conversa

Mercadante disse, no início da tarde, que Lula quer conversar pessoalmente com ele antes de ser anunciada sua saída da liderança do partido no Senado. O senador disse ter sido comunicado sobre as intenções do presidente por um telefonema do ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro.

Como o presidente Lula cumpre agenda em Mossoró (RN), só desembarcando de volta a Brasília por volta das 18h30, a própria assessoria de Mercadante admite que o discurso de renúncia do parlamentar da liderança do PT pode ser adiado para sexta-feira.