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Politica Brasil
Sábado - 08 de Agosto de 2009 às 11:34

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O presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, Deucimar Silva (PMDB), já começa a capitalizar o bônus eleitoral pela cassação do mandato do colega Ralf Leite (PRTB) por quebra de decoro parlamentar e também por "peitar" o seu antecessor na Mesa Diretora, Lutero Ponce (PMDB), contra o qual foi aberta Comissão Processante para investigar rombo milionário no Legislativo cuiabano. Deucimar é pré-candidato a deputado estadual em 2010. Assim que assumiu o comando da Câmara, que recebe um duodécimo mensal de R$ 1,6 milhão, prometeu combater o que chama de "sujeita debaixo do tapete".

Em princípio anunciou uma auditoria independente para fazer um raio-X da gestão Lutero, que foi presidente de 2007 a 2008. Descobriu-se que, sob a administração do antecessor, a Câmara registrou irregularidades superior a R$ 3 milhões, dentro de esquema de notas frias e compras superfaturadas. Deucimar começou a receber pressões para não divulgar resultado da auditoria. Resistiu. Ele se mostrou mais aliviado ainda quando a Delegacia Fazendária entrou em ação e, por meio de inquérito policial, descobriu que a situação era mais grave. Levantou-se rombo superior a R$ 7,5 milhões da gestão Lutero, que virou escândalo e vergonha nacional.

Além do caso Lutero, surge Ralf Leite (PRTB), vereador de primeiro mandato. Como integrou o grupo de Deucimar na eleição da Mesa, ele buscou apoio do presidente da Câmara. Deucimar, de novo, resistiu. Comprou brigas por isso, se indispôs com outros vereadores e recebeu ameaças, tanto que o Estado designou três PMs à paisana para acompanhá-lo, com vistas a garantir a integridade física do presidente da Câmara.

Com a cassação de Ralf e com abertura de investigação contra Lutero, aprovados na mesma sessão ordinária de quinta (6), alguns parlamentares passam a explorar o assunto politico-eleitoralmente porque são pré-candidatos à cadeira na Assembleia, como o próprio Deucimar, Toninho de Souza (PDT) e Everton Pop (PP). Os três, aliás, permaneceram unidos e foram decisivos para os processos andarem.

Trajetória

Deucimar é um empresário que presta serviços ao poder público na área de alimentação e limpeza e passou a tomar gosto pela política. Disputou várias eleições e quase sempre ficava na condição de suplente de vereador, a exemplo do que ocorreu em 2004. Depois assumiu cadeira na Câmara. Como trocou de partido, do DEM (antigo PFL) para o PP, acabou entrando na lista dos infiéis partidários, o que lhe custou a perda do mandato. Em sua vaga assumiu Márcia Campos, irmã dos ex-governadores Júlio e Jayme Campos.

No pleito do ano passado, Deucimar voltou a concorrer e só garantiu vaga de vereador por causa da idade. Acontece que ele teve a mesma votação que Marcus Fabrício: 3.524 votos. Como é o mais velho, a Justiça outorgou-lhe o direito. Houve processo na Justiça, com pedido de impugnação e de recontagem de votos, mas Deucimar venceu no embate jurídico. O PP da Baixada Cuiabana passou a ficar sob seu controle. A direção estadual transferiu para Deucimar autonomia para decidir, por exemplo, de a legenda continua ou não aliada à gestão do prefeito Wilson Santos (PSDB), pré-candidato a governador. O PP conduz a Agência de Habitação, com o advogado João Emanuel.





Fonte: RD News

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