Faturamento da indústria tem 8ª queda e uso das máquinas recua em junho, diz CNI
O faturamento da indústria brasileira caiu em junho pelo oitavo mês consecutivo, de acordo com dados divulgados hoje pela CNI (Confederação Nacional da Indústria).
Na comparação anual, houve queda de 5,8%. Em relação a maio, no entanto, o faturamento cresceu 1,6%, segundo mês de alta. Com esses resultados, a indústria fechou o semestre com uma queda de 7,7%, pior resultado da série histórica da CNI, iniciada em 2004.
Outro indicador que mostra uma recuperação ainda lenta do setor é o uso da capacidade instalada, que voltou a cair em junho deste ano, após quatro meses seguidos de recuperação.
A indústria trabalhou em junho com 79,3% da sua capacidade, abaixo dos 79,8% registrados em maio.
O indicador ainda está abaixo dos patamares recordes registrados em 2008 antes da crise. Em março do ano passado, por exemplo, a indústria operava com 83% da capacidade.
Para a CNI, os dados mostram que o setor registra uma recuperação lenta, após a queda registrada no final de 2008 por conta do agravamento da crise econômica.
"No primeiro semestre do ano, o faturamento cresceu em quatro meses na comparação com o mês anterior. Mesmo com esse crescimento, ainda está incipiente essa recuperação", disse Marcelo de Ávila, economista da CNI.
Emprego
Os indicadores divulgados nesta quinta-feira pela CNI também mostram queda do emprego pelo oitavo mês seguido, na comparação com o mês anterior, e pelo sexto mês consecutivo em relação ao mesmo período do ano passado.
O emprego na indústria recuou 0,2% em relação a maio e 4,5% sobre julho de 2008. No semestre, a queda foi de 2,8%.
As horas trabalhadas na indústria subiram 0,2% na comparação mensal e caíram 9,5% em relação a julho do ano passado. A massa salarial caiu 0,6% no mês e 2,9% na comparação anual.
A expectativa da entidade é que os indicadores de emprego e massa salarial, por exemplo, comecem a apresentar recuperação no segundo semestre, o que evitaria um impacto sobre o consumo doméstico.
"A gente acredita que esse ajuste no mercado de trabalho já esteja no fim e, com isso, essa pressão sobre a massa salarial se reduza. Mas é preciso acompanhar de perto. Se houver uma queda no emprego da indústria, isso se alastrando, passa a ter um efeito negativo no consumo", disse Renato da Fonseca, gerente-executivo da CNI.
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