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Economia
Segunda - 03 de Agosto de 2009 às 15:16

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O desempenho da indústria de veículos automotores (automóveis, ônibus e caminhões) no primeiro semestre deste ano foi o pior desde o segundo semestre de 1998, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). De janeiro a junho, a produção do setor caiu 23,6%, em relação a igual período em 2008, exercendo a principal contribuição negativa sobre a PIM (Pesquisa Industrial Mensal).

No segundo semestre de 1998, a queda havia sido de 28,3%. Na comparação entre os períodos de janeiro a junho, o dado deste ano marca o pior desempenho desde o início da série histórica, em 1991 --quando o instituto começou a acompanhar a indústria brasileira por setores.

Ao longo deste ano, o panorama da indústria automotiva começa a mudar. Em relação a dezembro, a indústria de veículos automotores acumula alta de 69%, que ainda não reverte a queda observada desde o início da crise. De setembro para cá, a produção ainda acumula queda de 23%.

Segundo divulgou o IBGE, a indústria em geral teve o pior desempenho desde o início da série histórica, em 1975, com queda de 13,4%, na comparação com o mesmo semestre de 2008.

Também contribuíram decisivamente para o resultado ruim no semestre as indústrias de material eletrônico e equipamentos de comunicações (-40,1%), máquinas e equipamentos (-29%) e metalurgia básica (-27,8%).

Ignorando os efeitos da crise, subiram, no primeiro semestre, as produções de outros equipamentos de transporte (14%), farmacêutica (10,3%) e de bebidas (5,2%).

Entre as categorias de uso, a indústria de bens de capital apresentou a maior redução (-23%), seguida por bens de consumo duráveis (-19,1%), bens intermediários (-15,8%) e bens de consumo semi e não-duráveis (-3,1%).

"A crise atingiu de forma mais dura a indústria, diante dos impactos da redução do crédito. Essa retração não chega a surpreender, se avaliarmos os dados dos principais países, que também mostram queda", observou Isabella Nunes, gerente do IBGE e responsável pela pesquisa.

Crise

A produção industrial atingiu em junho o patamar mais elevado desde outubro, quando iniciou-se o processo de queda em função da crise.

Ainda assim, o nível da indústria remete ao mesmo padrão de junho de 2006. A recuperação gradual da indústria fica nítida se for levado em consideração que, em dezembro, quando se atingiu o fundo do poço, a produção indústria retornou ao patamar de 2004.

Ao todo, a indústria tem queda de 13,6% de setembro a junho, apesar da alta acumulada de 7,9%, do início do ano para cá.

Em junho, a indústria teve alta de apenas 0,2% na produção, na comparação com maio. O resultado nesta comparação, abaixo do que vinha sendo constatado ao longo deste ano, foi considerado natural por Isabella Nunes. Para ela, depois de cinco altas seguidas, é normal que haja uma certa acomodação.

"É a sexta alta consecutiva. Há tempos não se registrava uma alta constante assim. la confirma a sustentação da alta no ritmo da atividade", afirmou Isabella.

Ela frisou que na comparação com os resultados de 2008, junho teve a menor intensidade de queda (-10,9%) este ano, se excluído o resultado de março (-9,7%), que foi influenciado pelo fato de ter havido dois dias úteis a mais em 2009.





Fonte: Folha Online

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