Crédito para pequenas e médias empresas sai até semana que vem, diz Mantega
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje que o fundo garantidor do BNDES para empréstimos a micro e pequenas empresas vai estar finalizado até a próxima semana, com um volume de recursos de R$ 1,7 bilhão.
Segundo Mantega, o fundo permitirá empréstimos entre R$ 8 bilhões e R$ 10 bilhões. "Os últimos detalhes serão finalizados nesta semana e deve operar já na semana que vem", disse o ministro após seminário sobre bancos públicos, em São Paulo.
O ministro disseque o fundo é importante para a ativação das micro e pequenas empresas, já que, muitas delas, não possuem meios de dar garantias a seus empréstimos, ainda mais difíceis de conseguir em tempos de crise econômica e retração internacional.
"Elas têm mais dificuldade de tomar crédito porque, em geral, delas são exigidas garantias que não possuem." De acordo com Mantega, o fundo deve, inclusive, reduzir o custo para as operações dessas empresas.
O ministro informou ainda que outro fundo com o mesmo objetivo será finalizado no Banco do Brasil, "porém com menos recursos". "Vai começar menor e vai crescendo conforme a necessidade", disse Mantega, destacando que o fundo pode chegar a R$ 4 bilhões.
"Esperamos que as pequenas e médias empresas voltem a operar no mercado. Hoje estão operando com pouco capital de giro, e portando na defensiva. Assim, estaremos ativando mais uma área da atividade econômica", disse Mantega.
Crise mas MPEs
Levantamento feito pelo Sebrae-SP e publicado hoje com exclusividade pela Folha aponta que 4 em cada 10 micro e pequenas empresas do país reclamam que ainda não há melhora na oferta de crédito oferecido pelos bancos.
O Sebrae ouviu 4.200 micro e pequenas empresas (MPEs) de todos os Estados e distribuídas pela indústria, pelo comércio e pelo setor de serviços.
A crise não apenas afetou, mas ainda afeta os negócios de 63% dessas empresas, segundo o estudo. Atividades voltadas para exportação, como do setor industrial e do agronegócio, são mais afetadas.
A reportagem da Folha revela ainda que se 42% das empresas reclamam que persiste a dificuldade para conseguir empréstimos, 28% nem sequer sabem responder a questão. Só 30% notaram melhora.
Apesar disso, para o Sebrae-SP, as expectativas para o segundo semestre são positivas. Quase metade dos entrevistados prevê que o faturamento vai aumentar, enquanto 66% acreditam que o nível de emprego deva se manter.
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