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Economia
Quinta - 14 de Maio de 2009 às 12:35

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Mato Grosso poderá abocanhar boa parte do mercado importador da carne produzida na Argentina, Austrália e Nova Zelândia, que atualmente enfrentam sérios problemas com a estiagem prolongada. Para se ter uma ideia da representatividade destas nações, o país Sul-americano detém 5% do mercado mundial de venda externa, enquanto que a Nova Zelândia e a Austrália ficam com 7% e 18%, respectivamente. As boas oportunidades para a pecuária estadual serão aproveitadas, porém, se problemas estruturais enfrentados pela cadeia produtiva estadual forem superados, a exemplo da crise enfrentada pelos frigoríficos. No Estado, três grupos - Quatro Marcos, Arantes e Independência - estão em processo de recuperação judicial, e juntos somam 14 plantas com as atividades prejudicadas. O montante devido por eles aos produtores mato-grossenses chega a R$ 120 milhões.

Se todos estes entraves forem superados, em um período de pelo menos dois anos, o Estado poderia aumentar ainda mais o volume exportado e conquistar novos mercados consumidores, já que com a crise econômica e alterações climáticas em países produtores a perspectiva é que haja queda na oferta de carne bovina no mundo, e diante deste cenário, o Brasil poderia ampliar ainda mais as vendas externas.

A constatação da possibilidade de ganhar mercados foi feita após viagem feita por equipe formada por representantes da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) e da Secretaria de Desenvolvimento Rural do Estado (Seder) à Argentina e Uruguai, com o objetivo de avaliar os impactos da seca sobre a produção de carne argentina, conhecer os sistemas de comercialização de bovinos, comparar os sistemas de rastreabilidade brasileiro e uruguaio, além de conhecer o sistema de pesagem dos animais no Uruguai.

Para o superintendente da associação, Luciano Vacari, o Estado só tem a ganhar com o cenário negativo na Argentina, porém, se as indústrias do setor não forem oxigenadas com recursos para se recuperarem, não haverá avanço comercial. "Os argentinos projetam uma redução no rebanho em função da seca em 10% e em contrapartida, os habitantes consomem muita carne bovina, o que abriria mercado para o Brasil, já que eles optariam por atender a demanda nacional". O rebanho argentino é de 55,5 milhões de cabeças, enquanto Mato Grosso tem cerca de 26 milhões, o equivalente a 47,2% de todo rebanho do país vizinho.





Fonte: A Gazeta

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