Gilmar Mendes pede para Procuradoria investigar "máfia das passagens" na Câmara

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, pediu para o procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, investigar a suposta máfia das passagens da Câmara dos Deputados. O nome de Mendes e de outro ministro do STF aparecem como beneficiários de cotas de passagens da Câmara, informa o site Congresso em Foco. Documentos enviados pelo STF para a Folha Online mostram que Mendes pagou com seu próprio cartões de crédito a viagem.

Mendes, que está em viagem ao México, pede para o procurador investigar o envolvimento dos nomes de dois ministros do STF com o caso das passagens aéreas da Câmara. A assessoria do procurador informou que Fernando também está em viagem ao exterior, mas que tomará as providências cabíveis assim que analisar o fato.

A Câmara ainda não se manifestou sobre o caso. O STF informou que o diretor-geral da Corte se reuniu ontem com o diretor-geral da Câmara para discutir o caso.

Reportagem publicada hoje pelo jornal "O Globo" informa que o Ministério Público Federal no Distrito Federal investiga a participação de deputados e assessores num suposto esquema de venda clandestina de bilhetes emitidos com a cota de passagens da Câmara.

Procurada pela reportagem, o Ministério Público confirmou que existe uma investigação em curso sobre o tema. E confirmou a existência de uma investigação de uma máfia de viagens na Câmara.

Comprovantes

De acordo com reportagem do Congresso em Foco, os nomes de Mendes e Eros Grau aparecem como beneficiários das cotas de viagem dos deputados Paulo Roberto (PTB-RS) e Fernando de Fabinho (DEM-BA), respectivamente.

Os bilhetes de Mendes foram utilizados para uma viagem para Nova York (Estados Unidos), em julho passado. Grau fez uma viagem de São Paulo ao Rio.

Comprovantes obtidos pela Folha Online mostram que Mendes pagou em cinco vezes duas passagens para Nova York. O comprovante da passagem de Grau também foi enviada.