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Saúde
Quarta - 18 de Fevereiro de 2009 às 13:16
Por: Jesiel Pinto

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Dados epidemiológicos da Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso (SES/MT) indicam que o órgão já recebeu notificação para 11 casos de Leishmaniose Visceral e 99 casos de LeishmanioseTegumentar, registrados em Janeiro de 2009. Um caso de Leishmaniose Visceral veio a óbito. Já durante todo o ano de 2008 a ocorrência de Leishmaniose Visceral foi de 47 casos (com 06 óbitos), e de Leishmaniose Tegumentar foi de 2.616 casos da doença.

Segundo a enfermeira da Vigilância Epidemiológica da Saúde do Estado, Joelma Leite Silva Duarte, a Leishmaniose é uma doença infecciosa, mas não contagiosa, e que é transmitida ao homem pela picada das fêmeas do ‘mosquito’ flebotomineo infectadas. A doença se apresenta em duas manifestações: Leishmaniose Visceral e Leishmaniose Tegumentar Americana. Das duas a forma mais grave é a Visceral, que pode levar a óbito.

LEISHMANIOSE VISCERAL – A Leishmaniose Visceral é uma zoonose, ou seja, doença de animais que pode ser transmissível ao homem. É causada por um protozoário (uma célula microscópica) que ataca vísceras humanas como o Fígado e o Baço, podendo ocasionar aumento de volume abdominal. A transmissão ao homem é feita por meio da picada do inseto (flebotomíneo), o Lutzomyia longipalpis (ou Lutzomyia cruzi), conhecido como mosquito-palha, birigui, asa branca, tatuquira e cangalhinha.

Em Mato Grosso, durante o ano de 2008, foram notificados 47 casos da doença, com 6 óbitos. Desse número 33 casos notificados aconteceram no município de Rondonópolis. O restante dos casos ocorreu nos municípios de Várzea Grande, Cuiabá, Primavera do Leste, Poxoréo, Jaciara e etc.

SINTOMAS – Febre e aumento do volume do Fígado e Baço, emagrecimento, complicações cardíacas e circulatórias, desânimo, prostração, apatia, e palidez. Pode haver tosse, diarréia, respiração acelerada, hemorragias e sinais de infecções associadas. Quando não tratada, a doença evolui para óbito em 90% dos casos.

No caso desses sintomas o usuário do Sistema Único de Saúde (SUS) deve procurar a Unidade Básica de Saúde mais próxima que tenha os meios para realizar os exames e dar início ao tratamento, feito com o uso de medicamentos específicos a base de antimônio, repouso e uma boa alimentação.

PREVENÇÃO – As medidas preventivas visam a redução do contato do homem com o vetor. Incluem o uso de mosquiteiros com malhas finas, a telagem de portas e janelas, o uso de repelentes, o manejo ambiental por meio de limpeza de quintais, terrenos e praças, a eliminação de fontes de umidades, entulhos e lixo nos quintais, a não permanência de animais domésticos dentro das casas, a eliminação e destino adequado de resíduos sólidos orgânicos, dentre outras medidas de higiene e conservação ambiental. As medidas de prevenção são comuns às duas formas da doença: Visceral e Tegumentar.

LEISHMANIOSE TEGUMENTAR - a Leishmaniose Tegumentar Americana também é uma doença infecciosa, não contagiosa. Provoca úlceras na pele e mucosas e também é transmitida ao homem pela picada das fêmeas de flebotomíneos (tipo de insetos) infectadas. As mais importantes espécies de protozoários envolvidos na ocorrência de casos de Leishmaniose Tegumentar Americana são: Amazonensis, Viannia guyanensis e braziliensis.

Em Mato Grosso foram notificados 99 casos de Leishmaniose Tegumentar em Janeiro de 2009. Durante todo o ano de 2008, por sua vez, foram notificados 2.615 casos. A técnica da Secretaria de Estado de Saúde, Valéria Cristina, explicou que “a maioria dos casos de Leishmaniose Tegumentar evolui para a cura”.

SINTOMAS - lesões na pele ou em mucosas do paciente acometido de Leishmaniose Tegumentar são os principais sintomas dessa forma da doença. Na pele essas lesões apresentam o aspecto de úlceras, com bordas elevadas e fundo granuloso e, geralmente, são indolores. Nas mucosas as lesões são mais freqüentes no nariz, boca e garganta. No nariz podem ocorrer entupimentos, sangramentos, coriza e aparecimento de crostas e feridas. Na garganta ocorre dor ao engolir, rouquidão e tosse.

No caso do aparecimento desses sintomas deve-se procurar a Unidade de Saúde mais próxima que poderá fazer o encaminhamento necessário ao exame e diagnóstico definitivo da doença. Para o tratamento utiliza-se o mesmo medicamento dispensado aos pacientes com sintomas de Leishmaniose Visceral.

LEISHMANIOSE EM CÃES – A veterinária da Coordenadoria de Vigilância de Saúde Ambiental da Saúde do Estado, Patrícia Lazari, informou que o principal reservatório da doença (animal que alberga o protozoário em sua corrente sanguínea após ser picado pelo inseto flebotomíneo), na área urbana, é o cão. Em regiões onde há suspeita da ocorrência das Leishmanioses são realizados levantamentos entomológicos (para detectar a presença do vetor), inquérito sorológico canino e o controle dos reservatórios (no caso da Leishmaniose Visceral).

Segundo Patrícia Lazari “todas essas ações seguem protocolos do Ministério da Saúde, o qual preconiza Eutanásia para os cães em que for comprovada a infecção pela doença”.

SINTOMAS NOS CÃES – os principais sinais do cão com Leishmaniose são: lesões cutâneas nas orelhas, na cauda e no focinho, emagrecimento, crescimento incomum das unhas, conjuntivite, apatia e diarréia. No aparecimento desses sinais deve-se acionar os Centro de Controle de Zoonoses ou a Secretaria de Saúde do município.





Fonte: Assessoria SES-MT

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