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Economia
Quinta - 08 de Janeiro de 2009 às 14:08
Por: Cirilo Junior

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O IPC-C1, índice que mede a inflação das famílias de baixa renda, registrou em 2008 a maior alta desde que começou a ser medido, em 2004.

A aceleração de 7,37% verificada pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) teve forte influência da disparada de preços dos alimentos, principalmente no primeiro semestre. Os alimentos foram responsáveis por 65% da taxa global.

A inflação para as famílias com renda entre 1 e 2,5 salários mínimos superou o IPC-BR, que mede a inflação para famílias com renda de até 33 salários mínimos. Em 2008, o IPC-BR subiu 6,07%. Somente em dezembro, a inflação para a baixa renda subiu 0,57%.

"A alimentação foi a grande responsável pelo fato de a inflação da baixa renda ter ficado à frente do IPC-BR. Itens importantes da cesta básica subiram de forma considerável", explicou o economista André Braz.

Os alimentos, neste índice, ficaram 12,14% mais caros no ano passado, ante 11,31% em 2007. Produtos mais básicos do orçamento das famílias de baixa renda, arroz, feijão e carne responderam por 20% da alta do IPC-C1 no ano passado.

Arroz, feijão e carne

Braz disse que o aumento do preço dos alimentos na primeira metade de 2008 foi influenciado por fatores como a elevação do preço do arroz no mercado internacional, a entressafra do feijão, a escassez de gado para o abate, problemas para importar trigo da Argentina e a alta do óleo de soja.

"O pico do IPC-C1 em 12 meses foi verificado em julho, quando o acumulado chegou a 9,46%. Os alimentos pressionaram muito na primeira parte do ano", observou Braz.

O maior peso na inflação da baixa renda no ano passado foi do pão francês, que subiu 22,51%, sendo responsável por 10% da taxa global. Em 2007, o mesmo produto havia apresentado variação positiva de 5,45%.

"Problemas na importação do trigo da Argentina fizeram com que se buscasse o produto nos Estados Unidos, a custos mais elevados. Isso teve impacto no pão, no início do ano passado", afirmou Braz.

Tomate, aluguel e ônibus

Também apresentaram variação significativa em 2008 o tomate (130,32%), aluguel residencial (5,95%), tarifas de ônibus (3,04%) e carne moída (26,80%). Já as maiores influências negativas vieram do feijão carioquinha (-23,77%), batata-inglesa (-14,65%), leite em pó (-10%), móveis para residência (-5,10%) e açúcar cristal (-3,90%).

Para 2009, a perspectiva é de uma inflação para a baixa renda "mais confortável", em função do cenário de crise que vem derrubando o preço de algumas commodities agrícolas. Na visão de Braz, é possível que a alimentação não tenha tanta influência no IPC-C1 deste ano.





Fonte: Folha Online

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