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Internacional
Sábado - 03 de Janeiro de 2009 às 20:07

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O presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, revelou neste sábado um amplo programa para incentivar a criação de empregos e impulsionar a estagnada economia americana, prioridade máxima para o próximo governo, que assume no dia 20 de janeiro.

Com sombrias perspectivas de uma taxa de desemprego superior a 10% e uma recessão cada vez maior em 2009, Obama declara que "o objetivo número um" de seu plano é a criação de três milhões de empregos, 80% deles no setor privado.

Para alcançar esse objetivo e ajudar a reduzir a dependência americana do petróleo estrangeiro, o presidente eleito disse que duplicará "a produção de energias renováveis" e reformará edifícios públicos para torná-los "energeticamente mais eficientes".

Obama não quer apenas criar empregos a curto prazo, mas estimular o crescimento e a competitividade econômica a longo prazo. Entre as medidas de estímulo figuram a realização de obras de infraestrutura, a modernização do sistema de saúde e a construção de instituições de ensino "do século 21", assim como "um desconto fiscal direto para 95% dos trabalhadores americanos".

De acordo com a imprensa americana, a conta apresentada aos congressistas pela nova administração pode chegar a impressionantes 850 bilhões de dólares, enquanto alguns analistas chegam a especular cifras na casa do trilhão.

Apesar das elevadas despesas previstas no plano, Obama diz não querer simplesmente "recair no velho hábito de Washington de jogar dinheiro no problema", e anunciou que fará "investimentos estratégicos", com "vigorosa supervisão, rígida contabilidade e responsabilidade fiscal" na aplicação de seu projeto.

Debate bipartidário e público

Na segunda-feira, Obama se reunirá com líderes do Congresso para finalizar seu multibilionário plano de estímulo econômico --que os democratas esperam ser aprovado no parlamento americano pouco depois da posse do novo presidente.

Apesar de os democratas terem aumentado sua maioria no Senado Federal nas eleições de novembro, eles ainda precisam do apoio republicano para aprovar o plano e terão que enfrentar a resistência do partido adversário quanto ao tamanho dos gastos.

A reunião agendada entre Obama, o vice Joe Biden e sua equipe econômica com membros do Congresso incluirá, além dos principais líderes democratas, o líder republicano na Casa dos Representantes (Câmara dos Deputados), John Boehner and o líder da minoria no Senado, Mitch McConnell, informaram assessores do presidente eleito.

"Estou preocupado com as notícias da imprensa que sugerem que a proposta pode custar até US$ 1 trilhão aos contribuintes americanos", disse o líder republicano Boehner nesta sexta-feira (2) à agência internacional de notícias Reuters, acrescentando ser essencial o debate da legislação de "forma justa, aberta e honesta".

"Esperamos que os democratas no Congresso não tentem deixar os contribuintes americanos fora do processo, procurando passar uma lei que não tenha sido objeto de revisão bipartidária e que não tenha sido colocada em disponibilidade para avaliação pública", disse McConnell em uma declaração feita nesta sexta-feira (2).

Ao menos cinco governadores democratas disseram que US$ 1 trilhão será necessário. Os cinco, de Nova York, Nova Jérsei, Massachusetts, Ohio e Wisconsin, discutiram por telefone que gostariam que o pacote incluísse US$ 250 bilhões em recursos para a educação, US$ 250 bilhões para serviços sociais como o programa de seguro médico Medcaid, e US$ 500 milhões para infraestrutura.

Um assessor republicano, que pediu para não ser identificado, disse que o democratas poderiam conseguir um apoio bipartidário mais forte com um plano de estímulo que custe menos --em torno de US$ 500 bilhões. Os membros do partido no Senado dizem que não irão apenas "carimbar" mais uma "enorme despesa".

Com Associated Press





Fonte: Folha Online

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