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Saúde
Terça - 02 de Dezembro de 2008 às 10:22

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A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) anunciou a conclusão do processo de nacionalização de um teste que permite detectar a presença do HIV em apenas 15 minutos.

Desenvolvida pelo laboratório norte-americano Chembio, a tecnologia começou a ser transferida para o Brasil em 2004 --a Fiocruz poderá, agora, fabricar o teste, que custará US$ 2,60 cada um. No preço, está incluído o pagamento de royalties para a Chembio. Anteriormente, o governo gastava US$ 5 por teste.

Segundo o gerente de desenvolvimento de reativos para diagnóstico da unidade de Bio-Manguinhos, Antonio Gomes Ferreira, os testes convencionais dependem do envio da amostra de sangue para um laboratório, o que dificulta o diagnóstico em locais remotos.

Com o teste agora nacionalizado, uma gota de sangue é suficiente para um diagnóstico 99% eficaz, revelado no local da coleta em um período de 10 a 15 minutos. No Brasil, o método já é difundido em maternidades, para evitar a transmissão de mãe para filho nos partos em que a gestante não foi submetida ao teste de HIV no pré-natal.

Agora, o Ministério da Saúde quer expandir seu uso também para os CTAs (Centros de Testagem e Aconselhamento em DST/Aids). Em 2009, serão encaminhados 3,3 milhões de kits dos testes às unidades de saúde.

Ferreira diz que a disseminação do produto ajudará no diagnóstico precoce da doença, o que aumenta a sobrevida. Para o presidente da Fiocruz, Paulo Buss, o domínio da tecnologia facilitará o desenvolvimento de testes rápidos para outras doenças, como a leishmaniose e a leptospirose.

Além disso, a instituição já está desenvolvendo, com a Chembio, um teste rápido para confirmação do diagnóstico do HIV --a comprovação é necessária nos casos da doença. Se tiver sua eficácia comprovada, será o primeiro teste confirmatório do mundo a dispensar infra-estrutura laboratorial.

A Fiocruz anunciou também novidades no desenvolvimento de anti-retrovirais, usados no tratamento. No primeiro semestre de 2009, a instituição começará a fornecer o Efavirenz 600 mg, fruto do primeiro licenciamento compulsório do país, e entrará com o pedido de registro para uma pílula que combina três princípios ativos.

Além dessas formulações para uso adulto, a unidade de Farmanguinhos trabalhará no desenvolvimento de versões infantis dos dois remédios. A instituição já aguarda o registro do primeiro anti-retroviral para crianças do país.

Mais exames

O teste rápido já contribuiu para que mais pessoas se submetam ao exame do HIV, diz a diretora do Programa Nacional de DST e Aids, Mariângela Simão. Segundo ela, o aumento da oferta desse exame é uma das explicações para o resultado de um levantamento feito pelo Ministério da Saúde com dados de 2008, que mostra que cerca de 40% da população com idade entre 15 e 54 anos já fez o teste anti-HIV pelo menos uma vez. Em 2004, o índice era de 28%. Os dados foram apresentados ontem pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão, no Dia Mundial de Luta contra a Aids, em Brasília.

Estima-se que cerca de 255 mil pessoas no país estejam infectadas pelo HIV e ainda não tenham se testado. "O que preocupa é que a testagem está muito concentrada ainda nas grávidas. É preciso expandi-la", disse Simão.





Fonte: Folha Online

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