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Nacional
Terça - 18 de Novembro de 2008 às 11:32
Por: Mariana Jungmann

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Brasília - Um mapeamento detalhado sobre as religiões de matriz africana está sendo produzido pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro, em parceria com líderes religiosos e a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), da Presidência da República.

Segundo a coordenadora do estudo na PUC, Denise Pine, o objetivo não é “abordar questões de caráter ideológico e litúrgico” de religiões como candomblé e umbanda. “A premissa teórica da pesquisa é que essas casas são verdadeiros 'núcleos duros' de resistência da cultura negra. Elas são muito mais que centros religiosos. São territorialidades negras dentro das cidades.”

De acordo com Denise, o estudo foi motivado pela “perseguição que os terreiros vêm sofrendo "por parte de seguidores de algumas religiões cristãs”. Além do mapeamento geográfico, será produzido um cadastro para reunir informações socioeconômicas sobre as comunidades dos terreiros. Serão avaliadas, por exemplo, acesso a serviços públicos, necessidades de infra-estrutura urbana e se esses espaços estão situados em áreas de encostas ou de proteção ambiental.

Três conselhos – um formado por professores que não são da PUC, um acadêmico da universidade e outro integrado por 14 religiosos ligados aos terreiros estão à frente da pesquisa. “Isso deixa a gente seguro para trabalhar com um tema tão complexo, fruto de tanto preconceito e de tanta politização na nossa sociedade”, avalia Denise Pine.

A pesquisa deverá durar um ano no Rio de Janeiro e será o piloto do projeto. Depois de finalizada a primeira etapa, a Seppir pretende estender o mapeamento para outros estados do país.

“A partir desse levantamento, nós vamos apresentar propostas para os outros ministérios e articular ações de governo para sanar os problemas das comunidades de terreiros”, informa o subsecretário de Comunidades Tradicionais da Seppir, Alexandre Reis.

Ele lembra também que muitos terreiros estão em áreas irregulares e que isso causa uma “insegurança jurídica”. Com o mapeamento, a secretaria também pretende agir para regularizar esses espaços.





Fonte: Agência Brasil

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