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Meio Ambiente
Sábado - 08 de Novembro de 2008 às 11:14

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De janeiro até o último dia 31 de outubro, cerca de 203 mil metros cúbicos de madeira ilegal foram apreendidas no Brasil, o que pode ser comparado com dez mil caminhões que seriam necessários para transportar o produto.

O Pará lidera o ranking de apreensões. Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), 70.655 m³ da madeira apreendida estava no Estado. Sendo 52.229 m³ em tora e 18.426 m³ de madeira serrada. Em seguida vem o Mato Grosso com 30.573 m³ e Rondônia com 8.775 m³.

Pará, Mato Grosso e Rondônia, aliás, apareceram em todos os relatórios mensais divulgados pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) entre os quatro Estados que mais desmataram a Amazônia Legal em 2008. É a partir dos indicativos de desmatamento dos satélites do Deter que as equipes de fiscalização do Ibama vão à campo apurar as irregularidades. São raras as vezes que o desmatamento não é comprovado.

"A ação do Ibama começa na origem do desmatamento, passa pelas serrarias e vai até o comércio, incluindo aí as rodovias por onde toda a madeira é transportada", garantiu o coordenador da fiscalização do Ibama, Roberto Cabral. "Mas a criatividade para burlar a lei impressiona."

A quantidade de madeira nos pátios das serrarias deve coincidir com os números que constam no sistema que gera o Documento de Origem Florestal (DOF) da madeira. Esse sistema interliga os órgão estaduais de fiscalização e de meio-ambiente. Uma prática comum dos infratores é comprar créditos falsos de planos de manejo para justificar o excesso ou a falta de madeira nos pátios. Essa fraude é utilizada principalmente pelas serrarias que exportam.

Rastro de miséria - "A extração de madeira ilegal não dá retorno para o trabalhador que está derrubando a árvore", afirmou Cabral. "Para piorar, muitas serrarias são alvos de processos trabalhistas porque os funcionários trabalham sem os equipamentos de segurança necessários."

Segundo o coordenador, os madereiros vendem a idéia de progresso nos municípios aonde chegam e depois deixam um rastro de miséria. Já que a soja e o gado que ocupam a área desmatada para extração da madeira não absorvem a mão-de-obra.





Fonte: Olhar Direto

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