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Politica Brasil
Sexta - 07 de Novembro de 2008 às 08:47
Por: Luana Braga

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Ao contrário do que pensa a primeira-dama do Estado, Terezinha Maggi (PR), o vice-governador de Mato Grosso, Silval Barbosa (PMDB), defende a participação do governador Blairo Maggi (PR) no processo eleitoral de 2010, seja como candidato ao Senado ou à frente de outros projetos políticos.

"Blairo é um estadista, uma liderança política que já fez por Mato Grosso. E é por isso, que ele será cobrado pela população para participar de qualquer projeto nacional. A Terezinha irá compreender que Mato Grosso precisa dele e dela", argumentou Silval.

Apesar de ser na prática o maior beneficiado com a saída de Maggi um ano antes do fim do seu segundo mandato, o vice-governador nega que no discurso pró-Maggi 2010 esteja embutido o interesse pessoal dele de assumir, de fato, o Palácio Paiaguás.

"Não que eu queira assumir o governo, até porque nunca houve nenhum acordo nesse sentido. Na minha opinião, Mato Grosso precisa de Blairo pelo que ele representa no cenário político local e nacional", ressaltou o peemedebista.

Apontado como um dos principais lideranças do PMDB para disputar o governo do estado daqui dois anos, Silval Barbosa já acena que poderá encabeçar o projeto, no entanto, observa que a confirmação do seu nome como candidato majoritário dependerá de três fatores: a confirmação da candidatura própria da sigla à presidência, a indicação dos correligionários e o apoio dos partidos aliados.

"Eu nunca me furtei de disputar nenhuma eleição. Já fui candidato em quatro delas, sem contar com as disputas da Mesa Diretora da Assembléia Legislativa. Se tivermos uma candidatura nacional e se meu nome conseguir agregar as forças partidárias, estarei à disposição do meu partido", salientou Silval, dizendo ainda que como membro da Executiva Nacional do PMDB defenderá a importância da agremiação ter um candidato à presidência, levando em consideração o fato do PMDB ser hoje o maior partido brasileiro – ao todo são 1.208 prefeituras.

E para que a possível candidatura do PMDB ao governo estadual ganhe força, Silval reconhece o peso da conquista de municípios estratégicos,tais como Sinop, com a vitória do deputado estadual Juarez Costa (PMDB) e Rondonópolis com Zé Carlos do Pátio (PMDB), além de outros como Rosário Oeste, Nova Mutum, Sorriso, Guarantã, Cláudia, Nova Bandeirante, entre outros. Ao todo, o PMDB elegeu 22 prefeitos em Mato Grosso nas eleições municipais de 2008. "Partido é partido, na hora da eleição todo mundo está junto", observou.

Dois PMDB: banda "boa" e banda "podre".

Questionado sobre as recentes declarações da primeira-dama sobre a existência de duas vertentes do PMDB, a banda "boa" encabeçada por ele próprio e a banda "podre" liderada pelo cacique político Carlos Bezerra e o deputado estadual Zé do Pátio, o vice-governador é enfático ao dizer que não há duas alas dentro do PMDB e que o partido está e continuará unido, independentemente de qualquer divergência interna.

Na visão do vice-governador, as declarações de Terezinha Maggi não refletem o que ela realmente pensa sobre o PMDB. Para Silval, as afirmações da primeira-dama foram feitas no calor do momento, pós-período eleitoral, no qual o PR saiu derrotado tanto reduto eleitoral dos Maggi, Rondonópolis, como na Capital mato-grossense.

"A Terezinha é uma pessoa admirável, pois além de ser séria e forte tem posicionamentos firmes, em que os sentimentos familiares e de governo não se misturam. Ela não é uma pessoa má e nem raivosa, mas acredito que acabou externando a sua mágoa com o processo eleitoral na entrevista. Espero que ela não seja apedrejada por isso, pois ela é uma pessoa maravilhosa", elogiou Silval.

Quanto ao fato de Terezinha Maggi ter dito que o vice estaria junto com o atual governador nas próximas eleições, mesmo se esta não for a vontade do partido, Silval destaca a importância da fidelidade partidária, mas ressalta que desde já está trabalhando para que a composição entre PR, PMDB, PT, PP, dentre outros partidos que compuseram o arco de alianças em 2006, seja mantida em 2010.

"Eu sou do PMDB e estou com o PMDB. Dá gosto de fazer política no meu partido. Nós estamos trabalhando com um projeto de desenvolvimento para o estado de Mato Grosso e eu defendo isso internamente. Eu vejo que a aliança que foi feita em 2006 deve permanecer em 2010, pois de trata de uma aliança que está dando certo", destacou.

Sobre os insultos da família Maggi ao prefeito eleito em Rondonópolis Zé Carlos do Pátio, que chegou a ser chamado pelo casal de "doido", "desequilibrado" e "incompetente", Silval, discordando de tais afirmações, avalia que não foi bem isso que o casal pretendia dizer. "Eu não cheguei a ouvir a entrevista, mas acredito que ela se expressou mal, tanto que depois ela se justificou mais tarde dizendo que disse aquilo por ter presenciado o Zé na Secretaria que administra com alterações de comportamento", ponderou.

De acordo com o vice-governador, passado o processo eleitoral, a tendência é que Maggi e Pátio se reaproximem pelo bem de Rondonópolis. "Todo mundo tem um sentimento e seu ego. Mas tenho a certeza de que Blairo Maggi jamais se furtará em ajudar Rondonópolis, pelo carinho que ele tem pela cidade e pelos rondonopolitanos. Com isso, as arestas entre ele e Pátio devem ser superadas", avaliou.

EUA: exemplo de saber perder uma eleição.

Satisfeito com o resultado da eleição dos Estados Unidos, que consagrou a vitória do senador Barack Obama, primeiro presidente negro a ser eleito no país, Silval Barbosa acredita que o mundo não será o mesmo após a vitória do democrata.

"A vitória de Obama muda o contexto do mundo. Há menos de 50 anos havia uma discriminação racial muito grande nos EUA, tanto que pessoas negras eram impedidas de votar. Com a vitória do democrata já é possível sonhar com a união de todas as raças, basta observar a comemoração da vitória", analisou Silval.

Ainda de acordo com o vice-governador, outra questão que deve ser observada nas eleições dos EUA é a forma como o candidato republicano, John McCain, encarou a derrota para o candidato democrata.

"O exemplo do McCain deveria ser seguido por todos os políticos porque no processo eleitoral cada candidato leva a sua proposta, mas quando uma delas é melhor compreendida e acatada pela população é preciso esquecer as questões políticas e somar forças junto ao vencedor. Isso é uma demonstração de grandeza e desprendimento", concluiu.





Fonte: PnB Online

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