Suplente em Cáceres é excluído de vaga e recorre à Justiça

A um mês de encerrar a atual legislatura, a pastora Rosemar Maximino Pereira (PRB) fez sua estréia na Câmara Municipal de Cáceres (a 210 km a Oeste de Cuiabá). Ela foi beneficiada com a cassação do mandato no último dia 7 do vereador Mário Massao Tanaka, que concorreu em 2004 pelo PP e hoje está no PSDB. A decisão pela perda do mandato partiu do Pleno do Tribunal Regional Eleitoral devido à infidelidade partidária.

O intrigante é que, como o TSE estabelece que a vaga é do partido pelo qual o parlamentar infiel foi eleito, a cadeira deveria ficar com o PP. A pastora Rosemar, apesar de ter disputado o pleito há quatro anos pelo PP, hoje está filiado ao PRB. Dessa forma, também é considerada infiel, apesar de anunciar que voltará ao PP. A vaga, na prática, deveria ficar com o suplente Emanuel Frank Leite de Oliveira, que se mantém no Partido Progressista desde as eleições de 2004.

"Ela (Rosemar) saiu do PP e voltou há menos de um mês e nem está filiado oficialmente. Então, é injusto ela ficar com a vaga". reclama Frank. Na lista dos suplentes Frank aparece em quarto lugar, mas como os três primeiros mudaram de partido, ele se sente o dono da cadeira. Antônio Salvador da Silva filiou-se ao PSDC, Vandira Dutra Ferreira pulou para o PTB e, Rosemar, para o PRB. "Fica esse jogo de troca-troca de cadeiras. Ela estava no PRB e até disputou vaga para 2009, mas perdeu. Agora resolveu voltar para o PP e já assume uma vaga de vereadora. Ela nem está regularmente filiada", acusa.

Em 2004, a pastora Rosemar obteve 547 votos. Frank teve 492 votos. Neste pleito, a evangélica tentou de novo e foi derrotada nas urnas. Ela conquistou 608 votos. Revoltado, o suplente "excluído" acusa o prefeito reeleito Ricardo Henry (PP) de promover manobras para a vaga ficar com Rosemar. Anunciou mandado de segurança na Justiça, na esperança de recuperar a vaga mesmo a um mês de encerrar o mandato.