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Economia
Terça - 21 de Outubro de 2008 às 12:19

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As negociações para retomar o fornecimento do gás boliviano ainda são lentas. Autoridades do país vizinho afirmam que falta empenho por parte do Brasil. Em Mato Grosso já se cogita um rompimento no envio de energia para além da fronteira, como forma de represália a fim de forçar uma solução para a crise.

Nos postos de combustíveis, as bombas estão vazias. Um prejuízo no bolso de quem adaptou o carro para rodar com o gás natural veicular. "Isso está nos prejudicando porque estamos gastando o dobro. É a maior dificuldade porque investimos e não estamos tendo retorno", disse o taxista Benedito dos Santos.

Na capital de Mato Grosso, 60% dos taxistas estão nesta situação desde o início de outubro. A distribuidora que abastece os postos não está recebendo o produto. O gás que vinha da Bolívia chegava em Cuiabá pelos dutos construídos por esta termelétrica. Havia um contrato entre a MT gás e a usina, que foi suspenso.

A termelétrica alegou motivo de força maior. "É um contrato interuptivo. Se eu não tenho meios de comercializar com você, eu não tenho como te atender, porque a Bolívia também tem um contrato com eles. Segundo eles, nos mesmos moldes", afirmou o presidente da MT gás, Helny de Paula.

Na sede da distribuidora, equipamentos e caminhões estão parados e os funcionários entraram em férias coletivas. Na termelétrica, as máquinas também estão paradas porque o contrato com a estatal boliviana terminou em junho deste ano.

Já o cônsul da Bolívia em Mato Grosso garante que o país vizinho tem interesse em vender gás e que falta interesse no Governo do Estado e da temelétrica em buscar uma solução para o problema. "Me parece que há um pouco de comodidade. Falta gás, mas não é um problema boliviano", disse o cônsul Victor Manoel Cuba.

Impasse

Diante do impasse, o Governo do Estado chegou a estudar a possibilidade de trazer gás de Mato Grosso do Sul de caminhão. Mas esta alternativa se tornou inviável por causa do alto custo do transporte rodoviário.

A meta então é concentrar esforços para que o contrato entre a estatal boliviana e a termelétrica seja restabelecido. "Nós temos que insistir para que realmente este contrato possa ser assinado e resolvido desta forma, que é o melhor caminho", afirmou o secretário chefe da Casa Civil, Eumar Novack.

Se o governo boliviano não ceder, Mato Grosso já estuda medidas contra o país vizinho, como o corte da energia elétrica na cidade San Matias. O linhão que abastece a cidade na fronteira é brasileiro. "Cabe ao Estado tomar uma decisão de reciprocidade negativa, quer dizer, já que não recebemos gás nada mais justo que cortarmos o fornecimento da energia que é concedida àquela cidade boliviana. Nós estamos estudando se cabe uma medida judicial, se cabe um decreto do governo, qual é a medida cabível neste aspecto", afirmou o secretário de Indústria e Comércio, Pedro Nadaf.

A empresa responsábel pela termelétrica de Cuiabá informou que ainda está em negociação com a Bolívia, para prorrogar um contrato provisório e reestabelecer o fornecimento do gás para Mato Grosso.





Fonte: TVCA

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