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Politica Brasil
Terça - 07 de Outubro de 2008 às 15:05
Por: Raoni Ricci

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O presidente da república, Luis Inácio Lula da Silva, é sem dúvida um importante cabo eleitoral nas cidades onde a disputa se prolongou para o segundo turno. Muitos candidatos usaram a imagem do petista nesse pleito, alguns sem e outros com a devida autorização, mas o objetivo sempre foi tentar ligar o postulante ao presidente, seja por apoio partidário e econômico, laços familiares e até mesmo com semelhança de personalidade e postura política. Em Cuiabá não foi diferente, pelo contrário. Ao menos três dos cinco postulantes à prefeitura tiraram uma “casquinha” da popularidade de Lula, e que é realmente muito grande em todo o país. Em uma pesquisa do instituto Sensus, 80% dos brasileiros disseram que votariam nos candidatos apoiados por Lula.

É um dado interessante e que deve ser levado em conta e muito trabalhado pelos candidatos. Em Cuiabá, Mauro Mendes é o único que conta, de fato e direito, com o apoio do presidente, mas isso não impediu que Wilson Santos e Walter Rabello tirassem uma casquinha do ex-metalúrgico. O prefeito usou muitas vezes um depoimento da irmã de Lula, que mora a 15 anos na capital de Mato Grosso, que afirmava que Santos e Lula são parecidos em diversos pontos e elencava as qualidades que os dois tinham em comum. Rabello usou praticamente a mesma tática, mas sem a presença de um parente próximo do presidente. O progressista apresentava, também no programa eleitoral gratuito, a imagem de Lula, meio granulada para evitar problemas jurídicos, e um locutor citava o que o presidente tinha que Walter também tinha.

Estratégias a parte, Mendes agora pode mostrar ao eleitor que ele é o candidato que realmente tem o apoio do governo federal. Existe uma grande possibilidade de Lula vir a Cuiabá para reforçar a campanha do empresário republicano, mais ainda não tem nada definido. No comitê de Mendes, a imagem do presidente já foi muito explorada, como fotos que unem Lula, Maggi e Mauro. É um apoio de peso e que pode ser o fiel da balança nesse segundo turno. Pode, mas a transferência de votos não é um ato político fácil e ainda é considerada uma utopia por alguns especialistas. O cientista político Alfredo da Mota de Menezes, em análise dos resultados das eleições em Mato Grosso e no Brasil, definiu da seguinte maneira: “A transferência de voto é um mito”.

Menezes cita exemplos históricos no estado e no país para sustentar sua tese. “O Dante terminou o seu segundo mandato com 77% de aprovação, diziam que ele elegia até um poste, mas não conseguiu eleger o seu candidato ao governo em 2002. Jaime Campos saiu da prefeitura de Várzea Grande com um índice de 70% de satisfação da população e seu irmão Júlio Campos foi derrotado nessas eleições. Não acredito em transferência de voto”, ressaltou. O cientista também citou a grande derrota do governador Blairo Maggi em seu reduto eleitoral, Rondonópolis. “O governador investiu pesado em Rondonópolis, no Sachetti, mas perdeu e o Pátio saiu vencedor”, pontuou. Outro exemplo de Mota é o apoio do presidente Lula a candidata a prefeita Marta Suplicy, que era considerado o grande teste da transferência de voto de Lula. “A Marta era tida como favorita e foi para o segundo turno. Já comentam que o Kassab pode ganhar dela”, comentou.





Fonte: 24 Horas News

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