Campanha eleições limpas em Mato Grosso também quer maior aproximação com eleitor

Corrupção eleitoral, compra de votos, ameaças a eleitores e formas de denunciar possíveis irregularidades cometidas por candidatos. Estes e outros assuntos nortearam o lançamento da campanha Eleições Limpas em Mato Grosso, realizada na ontem à noite, no plenário da Ordem dos Advogados do Brasil, subsede Mato Grosso. Houve palestra do presidente da Associação de Magistrados Brasileiros (AMB), Mozart Valadares Pires. A entidade reúne mais de 13 mil juízes e, preocupada com o fortalecimento da democracia, apresentou a segunda fase da campanha Eleições Limpas, iniciada em 2006.

Em parceria com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a campanha tem o objetivo de estreitar os laços entre a Justiça Eleitoral e a sociedade. "Temos como um dos objetivos retirar o juiz de seu ambiente de trabalho e conscientizar o eleitor, mostrar a importância dele no processo eleitoral, e também colocar a Justiça eleitoral à disposição da coletividade para que possa atuar como fiscal", disse Mozart. "Toda vez que a sociedade participa tiramos expressivas vitórias. Essa causa é de toda sociedade brasileira", completou.

O presidente da AMB também discorreu sobre a divulgação da lista "suja" dos candidatos. "Estamos conscientes de que estamos cumprindo um trabalho de cidadania. Não estamos fazendo nenhum pré-julgamento. Só estamos fornecendo uma informação que é pública", frisou. "Nós somos remunerados pela sociedade, que já suporta uma carga tributária altíssima, e por isso temos o dever de que prestar contas à sociedade que tem o direito de saber como um homem público se comporta. O nosso objetivo é munir o nosso eleitor de informações para que ele não erre e faça com independência a avaliação se o candidato merece ou não continuar na vida pública. É ele quem vai ser o juiz na hora de votar", acrescentou.O juiz lembrou que nenhum dos candidatos que estão na lista negou a existência dos processos.

O lançamento contou também com palestra sobre as audiências públicas realizadas durante a campanha Eleições Limpas, ministrada pelo juiz maranhense e assessor da presidência do TSE, Marlon Jacinto Reis. "As audiências são os espaços dos juízes responderem diretamente as perguntas da sociedade, além ouvirem as sugestões da população e encaminhar as denúncias feitas durante esse encontro", disse. "Entre os objetivos das audiências está aproximar a Justiça e a comunidade e mostrar a importância do voto livre e consciente", completou. O palestrante revelou que o projeto das audiências públicas deve se estender após o período eleitoral, tornando as discussões sobre corrupção eleitoral uma pauta recorrente na sociedade. "Será um instrumento de gestão incorporado a Justiça Eleitoral brasileira".