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Repórter News - reporternews.com.br
Saúde
Quarta - 17 de Setembro de 2008 às 08:07

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Faltam doadores de medula óssea no Brasil. Por isso, as chances de um paciente encontrar um doador compatível são reduzidas. A solidariedade poderia acabar com muito sofrimento dos pacientes e também de pais e mães que buscam uma cura para os filhos.

Encontrar um doador compatível, no entanto, é muito difícil. Por isso, para salvar mais de mil pessoas que estão na fila do transplante, é preciso aumentar o número de doadores já.

Quando a relações-públicas Luciana Leite caminha pela rua, quando ela entra no prédio em que mora, quando toma o elevador ou quando está em casa, ela carrega sempre o mesmo pensamento: a saúde de Lucca, seu filho mais velho, de 8 anos de idade. Faz pouco mais de um mês que a vida dela começou a dar voltas. Pela internet, Luciana mandou uma mensagem de socorro para os amigos e para quem mais pudesse ouvir.

“Foi no começo de agosto. Desde então, tive momentos de muita dor e desespero absurdo. Eram altos e baixos, uma sensação horrível de impotência, mágoa e de incompreensão comigo mesma. Eu me perguntei milhões de vezes como eu pude passar essa doença para ele”, disse a mãe do Lucca, Luciana Leite.

O nome da doença do filho de Luciana é adrenoleucodistrofia, uma doença genética que a mãe transmite para o filho. Na mãe, não tem efeito nenhum, mas no filho é fatal e fulminante.

“Os primeiros sintomas podem ser confundidos com distúrbio de comportamento qualquer. A criança começa a ficar mais agressiva e mais desatenta na escola. Os sintomas evoluem muito rapidamente para uma perda de sinais motores e de visão. Isso pode acontecer muito rapidamente”, explica a hematologista Ana Cinira Marret.

Transplante

O único tratamento possível é o transplante de medula, que só pode ser feito se houver 100% de compatibilidade entre quem vai receber e quem vai doar. Para ser um doador de medula óssea é preciso comparecer a qualquer hemocentro do Brasil e tirar uma amostra de sangue. Dessa amostra se extrai o DNA para identificar uma seqüência.

Essa identificação fica cadastrada no Registro de Doadores de Medula (Redome) , que atende todo o Brasil. Na cidade de dez milhões de habitantes, hoje apenas 29 pessoas se cadastraram para doar a medula óssea.

“A gente precisa crescer esse número cadastrado bastante para a gente começar a ter uma chance de achar doadores para nossos pacientes no Brasil”, disse a hematologista Ana Cinira Marret, da Santa Casa.

Fila de espera

É muito difícil encontrar o doador perfeito para transplante de medula. É tão grande essa dificuldade que, entre as 760 mil pessoas já cadastradas no Brasil, nenhuma poderia ser a doadora que salvaria a vida do filho de Luciana leite.

“É como se fosse ganhar na loteria. No Brasil, a gente tem uma miscigenação muito grande. Às vezes, facilita encontrar um doador e, às vezes, dificulta”, explica a encarregada do laboratório, Andrea Kyamo.

No que depender de pessoas como Ana Márcia e Iara, a vida do filho de Luciana esta salva.

“Cidadania não é só preservar a natureza ou não só jogar lixo na rua. É pensar se o seu vizinho está precisando de você”, declara a assessora de moda Iara Esteves.

“No primeiro momento, ele vai apenas doar 10 mL do seu sangue para ser analisado do ponto de vista genético e estocar, guardar essas informações num cadastro nacional para, se um dia precisar uma pessoa compatível, aí sim vai ser mobilizado novamente o procedimento. Para o doador é um pouco incômodo, mas para o receptor é a diferença entre a vida e a morte. O importante é a pessoa ter consciência de que alguém está precisando da sua doação”, destaca o oncologista Carlos Jorge Lotfi.

E importante: quem já se inscreveu como doador de medula óssea deve manter seu cadastro atualizado, comunicar mudanças de endereço e de telefone. Este é um cuidado que traz mais rapidez na hora de encontrar o doador e que pode garantir uma vida.





Fonte: G1

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