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Economia
Quarta - 30 de Julho de 2008 às 18:25
Por: Flávia Albuquerque

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A cesta de 35 produtos de alto consumo, pesquisada mensalmente pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), apresentou alta de 2,78%, em junho, ante o mês anterior. O aumento real, já descontada a inflação, foi de 2,04%.

Comparado a junho do ano passado, o índice teve alta de 14,83% em valores reais. A cesta passou de R$ 208,38, em junho de 2007, para R$ 253,52.

O destaque do índice Abras Mercado foi o feijão, que teve alta de 13,95%, seguido do arroz (8,01%) e da batata (7,61%). Já os produtos com as maiores quedas foram o tomate, com -7,01%; o leite em pó integral, com -3,69%; e a farinha de mandioca, com -2,66%.

Segundo o diretor responsável pelo boletim da Bolsa de Cereais, Rui Roberto Russomano, apesar do preço do feijão ainda estar alto, nos supermercados, a tendência é de queda nos próximos meses.

Ele explicou que os preços já estão baixando para o produtor e o empacotador, que é o responsável por distribuir o feijão para os supermercados. O consumidor é o último a perceber a redução do preço, por conta dos estoques existentes no mercado varejista.

“Nesses últimos 15 dias, o feijão já se ajustou em torno de R$ 185 a saca , abaixo do que era esperado, mas o supermercado ainda está trabalhando com o estoque que comprou a R$ 200 e está repassando isso para o consumidor”, disse Russomano.

Ele explicou que a alta do feijão se justifica pela quebra da primeira safra, além de fatores como o clima, custo da produção e dos empacotadores. Com a entrada da segunda safra, o preço vem caindo, até por conta do aumento de 39% na produção.

Russomano disse, ainda, que a diferença entre o preço pago ao produtor e o do varejo (ao consumidor) se explica pelo fato de haver um custo de empacotamento, ou seja, o empacotador compra o feijão a granel, empacota e repassa ao supermercado. “Quer dizer, há um custo por trás disso e o consumidor final acaba sendo mesmo o último a perceber uma queda”, observou. Ele acredita que os preços caiam ainda mais com o aumento do consumo.

Na avaliação do presidente da Abras, Sussumo Honda, os preços do feijão estão condizentes às questões de mercado, justamente por conta da existência do empacotador, que contribui para compor o preço a ser vendido no varejo e no atacado. “Nós compramos [os supermercadistas] o feijão da indústria que embala o grão. Não compramos direto do produtor. É muito difícil quando não se leva em conta que, dentro da cadeia produtiva, tem uma outra empresa que trabalha também”, disse. Ele ressaltou que os setores atacadista e varejista não conseguem manipular os preços, já que ambos dependem da oferta e da procura.





Fonte: Agência Brasil

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