Produtor de Nova Mutum investe em hidroponia e conquista mercado na região
Na construção da estufa, o produtor investiu aproximadamente R$ 85 mil e espera o retorno do investimento durante um ano. Ele faz uma conta simples, a receita está hoje em R$ 18 mil por mês e a despesa R$ 9 mil, restando um lucro líquido de R$ 9 mil. “Estamos montando mais cinco bancadas e logo estaremos produzindo mil unidades de folhosas por dia, o que pagaria o investimento em menos de 12 meses”, ressalta Ademir.
Acostumado a produzir verduras no solo, o produtor ainda possui uma área de dois hectares com uma produtividade média de 350 unidades de hortaliças/dia. Conforme Triches, no solo a produção é muito incerta, dependendo de vários fatores tais como, clima, controle de pragas e doenças e outras. Na hidroponia, o ciclo de crescimento da alface chega a 45 dias, enquanto no solo leva em média 60 dias para ser colhido, no período das chuvas. “ Hidroponia só depende do meu cuidado e vou colher sempre um produto de qualidade pronto para o consumidor”, esclarece.
Desde janeiro, estão comercializando nos supermercados da cidade alface lisa, crespa, americana, rúcula, almeirão, agrião e hortelã. Somente a alface representa 85% da sua produção total. O produtor já tem planos para produzir futuramente, tomate cereja, pepino, coentro, salsa e cebolinha de forma hidropônica.
O biólogo e pesquisador da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Nesvaldo Bento de Oliveira, fala que a produção de hortaliças está passando por transformações em busca da rentabilidade e competitividade, o que tem exigido dos agricultores esforços para identificar e eliminar as deficiências tecnológicas e gerenciais. Segundo Nesvaldo, a hidroponia é um investimento rentável e o resultado do capital investido retorna a curto prazo. As bancadas suspensas, mantêm as plantas livres de patógenos que aflige o horticultor convencional.
O pesquisador alerta aos olericultores do Estado que é fundamental buscar tecnologia para baixar custos e melhorar a qualidade da produção. “O cultivo de plantas por hidroponia (sem uso do solo) além de representar um avanço tecnológico à disposição de grandes produtores pode ser implantado em pequenas propriedades agrícolas, sítios ou chácaras, em terrenos localizados nos centros urbanos”, explica Oliveira.
A Empaer presta assistência técnica especializada e auxilia na montagem das estufas, onde são cultivadas hortaliças em ambientes protegidos, sem resíduos de agrotóxicos, livre de doenças, maior durabilidade após a colheita e conseqüentemente produtos de qualidade.
Conforme Oliveira, a hidroponia como técnica, causa menores impactos ambientais e maior rentabilidade para o produtor. Ele é o técnico responsável pela tecnologia moderna que agrega valor ao produto final e garante renda e sobrevivência da família rural.
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