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Economia
Quarta - 12 de Março de 2008 às 16:57

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O consumo das famílias brasileiras, que atingiu em valores R$ 1,557 trilhão no ano passado, foi o principal responsável pelo crescimento de 5,4% da economia brasileira no período, informou hoje o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Assim, sozinho, o gasto dos cidadãos respondeu por 60,87% do PIB (Produto Interno Bruto) total.

Para a gerente das Contas Nacionais Trimestrais, Rebeca Palis, a economia em 2007 pode ser resumida no desempenho do mercado doméstico, influenciado pelo aumento de 3,6% da massa salarial, pela alta de 28,8% nas operações de crédito e pela redução da taxa básica de juros (a Selic), que foi de uma média de 15,1% ao ano em 2006 para 11,9% no ano passado.

"O consumo é o estímulo para o investimento. O crescimento baseado em um mercado interno forte é um indicador de qualidade maior", afirmou o coordenador de Contas Nacionais do IBGE, Roberto Olinto.

Assim, justamente na esteira da alta do consumo das famílias --que fizeram o dinheiro circular e estimularam a expansão do setor de bancos e intermediação financeira, cresceu também o investimento feito no país.

A formação bruta de capital fixo subiu 13,4% no ano passado, frente 2006, ficando em R$ 450 bilhões. Esta taxa, que mede o investimento no país, teve o maior crescimento da série histórica, iniciada em 1996.

Olinto ressaltou que tal expansão demonstra que o Brasil está se preparando diante de uma expectativa futura de crescimento mais forte ainda da demanda interna. Baseado nisso, ele classificou o crescimento da economia em 2007 superior, em termos de qualidade, ao resultado de 2004, quando o PIB teve incremento de 5,7%, recorde da série histórica.

O investimento no país, no ano passado, foi puxado pelo setor de máquinas e equipamentos, cujos investimentos foram 19,3% maiores.

Em 2004, a taxa de investimento crescera 9,1%, diante de uma expansão de 3,8% no consumo das famílias. As exportações haviam crescido 15,3%, enquanto que as importações tiveram expansão de 13,3%. O investimento na construção civil teve expansão de 5,1% em 2007.

"Em 2004, o setor externo contribuía decisivamente. Ao mesmo tempo, o consumo das famílias crescia menos do que a economia, o que não ocorre agora", destacou a gerente das Contas Nacionais Trimestrais, Rebeca Palis.

Aliás, a demanda externa teve influência negativa de 1,4 p.p. (pontos percentuais) no PIB total (5,4%) --trata-se do segundo ano consecutivo que o desempenho externo contribui negativamente. Por outro lado, a demanda interna foi responsável por uma contribuição de 6,9 p.p. na expansão da economia brasileira no ano passado.

"O resultado de 2007 manteve o padrão do ano anterior. Esse desempenho foi apenas intensificado. O fato de a Selic ter diminuído contribuiu para a geração de mais investimento", afirmou Rebeca Palis.

Composição

O PIB, que é a soma das riquezas produzidas por um país, mostra o comportamento de uma economia. É formado pela indústria, agropecuária e serviços.

No ano passado, o destaque principal foi o setor agropecuário, que cresceu 5,3% no período. Na mesma comparação, a indústria teve crescimento de 4,9%, e o setor de serviços, de 4,7%.

O setor de serviços, porém, é o que tem maior peso no resultado final do PIB: representa 65,8% da economia nacional. Em seguida vêm a indústria, com 28,7% de participação, e a agropecuária, com 5,5%.

O PIB também pode ser analisado a partir do consumo, ou seja, pelo ponto de vista de quem se apropriou do que foi produzido. Nesse caso, o PIB é dividido pelo consumo das famílias, pelo consumo do governo, pelos investimentos feitos pelo governo e empresas privadas e pelas exportações.

No setor externo, as exportações apresentaram alta de 6,6%, e as importações tiveram elevação de 20,7%. Desde 2006, o crescimento das exportações é inferior ao das importações. Já o consumo da administração pública cresceu 3,1%.





Fonte: Folha Online

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