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Economia
Quarta - 05 de Março de 2008 às 12:31

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A cobrança de tarifas e a maior concessão de empréstimos ajudaram a fazer com que o lucro dos bancos que atuam no país chegasse a R$ 45,390 bilhões em 2007 -alta de 35,9% em relação ao resultado de 2006. Os números constam dos balanços que 101 instituições entregaram ao Banco Central neste começo de ano.

Das principais fontes de receita dos bancos, as tarifas foram as que mais cresceram em 2007. Ao longo do ano, o faturamento do setor com esse tipo de cobrança somou R$ 55,975 bilhões, valor 17,7% maior do que o apurado em 2006.

Parte desse crescimento se explica não apenas pelos ganhos com as tarifas que incidem sobre contas bancárias de pessoas físicas mas também por serviços prestados a empresas. Nesse caso, um dos destaques é o faturamento alcançado por bancos que prestam assessoria a companhias que passaram por fusões ou que lançaram ações na Bovespa.

O UBS Pactual, por exemplo, que atua nesse segmento de grandes empresas, faturou R$ 1,459 bilhão com a prestação de serviços bancários, enquanto a receita obtida pela Nossa Caixa com a cobrança de tarifas foi de R$ 892 milhões.

Já a carteira de crédito dos bancos, outra fonte de lucros do setor, cresceu 27,6% e chegou a R$ 734,273 bilhões no final de 2007. Com isso, a receita dos bancos com a cobrança de juros dos seus empréstimos somou R$ 179,191 bilhões, alta de 17,4% na comparação de 2006.

Para o economista-chefe da Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), Nicola Tingas, os maiores ganhos das instituições financeiras refletem, entre outros fatores, o crescimento da economia brasileira, que tem favorecido a procura por empréstimos. Além disso, afirma, também se observa uma aceleração na chamada "bancarização" -nome dado ao processo em que pessoas, a maioria de baixa renda, começam a usar serviços bancários.

"Está se colocando crédito em novas empresas e em novas pessoas, e isso só se justifica se a economia estiver crescendo. A bancarização é apenas a conseqüência de tudo isso", diz. Embora não tenha dados fechados para 2007, levantamento feito pela Febraban mostra que o número de contas correntes abertas no país cresceu 61% entre 2000 e 2006, chegando a 102,6 milhões.

Nesse cenário, os ganhos que os bancos conseguem operando com títulos públicos têm tido um peso cada vez menor no faturamento total do setor. Segundo os balanços computados pelo BC, a receita obtida com esses papéis foi de R$ 91,325 bilhões em 2007, crescimento de 4% em relação a 2006.

Além disso, as despesas do setor com sua folha de pagamentos crescem numa velocidade menor do que a observada nas suas principais fontes de receita. Em 2007, esses gastos somaram R$ 43,742 bilhões, alta de 12,9% em relação a 2006. O número de funcionários empregados nas instituições financeiras ficou praticamente estável nesse período, chegando a 550 mil no ano passado.

Contabilizados todos esses números, a rentabilidade médio conseguida pelos bancos no ano passado correspondeu a 25,2% do patrimônio líquido do setor. Em 2006, essa taxa de retorno havia sido de 22,90%.





Fonte: Folha Online

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