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Nacional
Quarta - 30 de Janeiro de 2008 às 17:29
Por: Renata Giraldi

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O TCU (Tribunal de Contas da União) aprovou nesta quarta-feira uma auditoria geral no uso de cartões corporativos por autoridades federais. A idéia é investigar se houve irregularidades envolvendo despesas, saques em espécie, além de saber como foram aplicados os recursos públicos.

A auditoria foi proposta pelo ministro do TCU Ubiratan Aguiar. "Temos permanentemente o trabalho realizado por auditorias técnicas destinadas a cada setor do governo. Mas o ideal é fazer uma auditoria mais ampla a partir do apresentado por essas [auditorias] técnicas", disse Aguiar à Folha Online.

Segundo o ministro, a auditoria ampla servirá para identificar se houve aumento excessivo na retirada em espécie com o cartão. Também indicará eventuais abusos utilizando os cartões e ainda como foi aplicado o dinheiro público.

Aguiar condenou as irregularidades que envolvem os cartões corporativos. Segundo ele, o cartão é um instrumento legal que foi criado para substituir a burocracia que existia. Antes do cartão, era exigido que o funcionário se submetesse um processo interno para autorizar o gasto toda vez que tivesse despesas de trabalho.

Porém, o ministro ressaltou que o uso de cartões corporativos é limitado a R$ 8.000 e exclusivamente para atividades de trabalho, sem exceção. "Nós temos de otimizar os recursos públicos. [Afinal] há obras que são essenciais e isso exige o bom uso [do erário]", disse Aguiar.

Denúncias

Segundo reportagem da Folha, os cartões do governo federal foram usados em 2007 para pagar despesas em loja de instrumentos musicais, veterinária, óticas, choperias, joalherias e free shop.

De acordo com o Portal da Transparência, site do próprio governo, só em 2007, o governo federal gastou R$ 75,6 milhões com cartões de crédito corporativo.

Na última segunda-feira, a Comissão de Ética Publica solicitou à CGU (Controladoria Geral da União) que investigasse a suspeita de uso irregular do cartão pela ministra Matilde Ribeiro (Igualdade Racial). De acordo com dados levantados, Matilde teria gasto R$ 461,16 em um free shop.

A controladoria também irá investigar o ministro Altemir Gregolin (Pesca), que usou o cartão corporativo para pagar uma conta de R$ 512,60 em uma churrascaria em Brasília. Por meio de sua assessoria, ele informou que o cartão pagou um almoço de negócios: recebimento de uma comitiva pesqueira da China.

O ministro Orlando Silva (Esporte) também é suspeito de irregularidades. Ele usou o cartão corporativo para fazer compras em uma tapiocaria de Brasília, em maio passado.

No Congresso, há parlamentares que defendem a instauração de uma CPI para investigar o assunto.





Fonte: Folha Online

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