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Nacional
Sábado - 26 de Janeiro de 2008 às 19:05

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Uma ponte em reforma no município de Augusto Corrêa (PA), a 250 quilômetros de Belém, impossibilitou o acesso de duas equipes rondonistas que participaram da Operação Grão-Pará, primeiro pacote de ações do Projeto Rondon para 2008. As equipes, com um total de 16 pessoas – 12 alunos universitários e quatro professores – saíram do centro da cidade rumo à zona rural, mas precisaram retornar por conta da ponte interditada.

“Saímos no horário para as atividades. Creio que a avaria dessa ponte é algo sério, porque havia vários troncos para escoramento, ônibus parados e as pessoas estavam descendo e passando a pé por ela”, afirma o estudante de Gestão Ambiental da UniAraras Ricardo Gianini.

As equipes conseguiram visitar sete das nove comunidades carentes de Augusto Corrêa previstas para receber ações do projeto. As comunidades de Anoirá e Araí, com população que pode chegar a 8 mil pessoas, ficaram inacessíveis para o ônibus que levava os rondonistas.

“Nós iríamos lá com duas equipes multidisciplinares na área de saúde, de orientação de chefes de comunidade e também na área de gestão ambiental, saúde da mulher, doenças sexualmente transmissíveis (DST), aids e drogas”, conta Gianini.

Segundo os rondonistas, até o final desta semana, não havia previsão de quando o acesso às localidades estaria liberado. Na manhã de ontem (25), eles se reuniram com o prefeito da cidade, Amós Bezerra da Silva (PMDB), para relatar problemas constatados no município e discutir a aprovação do projeto de retorno, que prevê a volta dos professores e estudantes ao município em julho.

O prefeito lembra que chegou a receber equipes de rondonistas na casa onde morava quando era adolescente. “Minha mãe era a única que fornecia refeições. E hoje, eu tive a satisfação de ser prefeito e receber a equipe aqui.”

Ele admite que as demandas, não apenas em Augusto Corrêa, mas na maioria dos municípios do nordeste do Pará são muitas. E chega a afirmar que a cidade possui "0% de saneamento básico", além de apenas 15% das pessoas com acesso à agua potável.

“Não é uma mazela de Augusto Corrêa, é uma mazela do estado do Pará e da Região Norte, municípios carentes de muita coisa. Aqui não existe prioridade tal, tudo é prioridade. Por mais que haja recursos para programas na área da saúde e educação, sempre vai faltar.”

Ainda assim, o prefeito acredita que a expectativa diante das ações do projeto foi atingida e diz que quer a volta dos rondonistas, mas reclama do curto tempo que permaneceram na cidade. “Evidentemente que 15 dias não é muito tempo. O município é grande, nós temos numa zona rural muito extensa. Se fosse um mês, 45 dias, dava para atender tudo.”

Segundo o rondonista José da Paz Alvarenga, professor de Enfermagem da Universidade Federal da Paraíba, as equipes vivenciaram o que a população de Augusto Corrêa enfrenta diariamente.

“A gente tem algumas questões problemáticas no alojamento no que se refere à falta de água. Isso dificultou um pouco os nossos horários de deslocamento porque, com a falta de água, a gente tem um banho diferenciado do que deveria ser.” Ele garante, entretanto, que os problemas não prejudicaram as ações do projeto.

“Quando a gente vem para um município que a gente sabe que tem as suas problemáticas, vem consciente de que problemas como esse possam surgir. A equipe tem relevado essas questões e trabalhado com bastante entusiasmo e motivação para que possamos fazer aquilo que objetivamos e deixar alguma contribuição.”

Os rondonistas de Augusto Corrêa e de outros 30 municípios do Pará que receberam as ações retornam hoje (26) para Belém para o encerramento da Operação Grão-Pará.




Fonte: Agência Brasil

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