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Meio Ambiente
Quarta - 23 de Janeiro de 2008 às 13:12

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A Comissão Européia revelou nesta quarta-feira um plano de luta contra as mudanças climáticas para reduzir em 20% as emissões de gases que provocam o efeito estufa até 2020, a custo de três euros por semana e por pessoa e, segundo o qual, a indústria terá de pagar para ter o direito de poluir.

Como já era esperado, o plano revelado por Bruxelas exige um esforço considerável das indústrias do Velho Continente e será objeto de duras negociações com os governos nacionais dos 27 membros da União Européia (UE), preocupados com a competitividade de suas economias.

Em uma apresentação no Europarlamento, o presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, disse que se trata do pacote de medidas "mais completo do mundo" para lutar contra o aquecimento global, a um custo de três euros por semana e por pessoa, até o ano de 2020.

Decidida a se transformar em líder mundial na luta a favor do planeta, UE havia se comprometido em março de 2007 a reduzir em 20% as emissões de dióxido de carbono (CO2) até 2020, em comparação com os níveis de 1990.

A UE também pretende elevar em 20% o uso de energias renováveis (eólica, solar, biomassa, geotérmica) até 2020, além de aumentar em 10% o uso de biocombustíveis no setor de transporte no mesmo período.

Agora chegou o momento de dividir o esforço entre os 27. A proposta exige da Suécia que metade de seu consumo de energia proceda de fontes renováveis até 2020. A Espanha terá que chegar a 20%, a França a 23%, Alemanha a 18%, Itália a 17% e o Reino Unido a 15%.

Os governos nacionais questionam o cálculo e a forma de distribuição, enquanto as indústrias mencionam o fantasma da transferência de usinas com o objetivo de atenuar as propostas de Bruxelas nesta primeira fase.

Como o plano deve ser aprovado pelo Europarlamento e todos os Estados membros, a segunda fase de negociações também deve ser complicada.

As propostas de Bruxelas precisam de um esforço considerável da indústria pesada, responsável por metade das emissões de gases que provocam o efeito estufa na UE (mais de 2.000 toneladas em 2005), e que a partir de 2013 terão que pagar para poluir.

Atualmente a Comissão concede cotas de emissões de CO2, que têm custo de 23 euros (quase 33 dólares) por tonelada/carbono, de forma gratuita.

Durão Barroso prometeu que o custo anual das propostas se limitará a 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto) da UE, ou seja 60 bilhões de euros (87 bilhões de dólares), mas alguns países calcular um valor dobrado.

O presidente da Comissão Européia disse ainda que o custo das medidas devem ser compensados pelas economias em importações de gás e petróleo da UE, que chegariam a 50 bilhões de euros anuais.

A venda de permissões para poluir devem gerar outros 50 bilhões de euros, valor que financiaria as inovações necessárias para reduzir as emissões.

Bruxelas espera muito das negociações sobre mudanças climáticas iniciadas em Bali no fim de 2007 e aposta em um acordo internacional em 2009 para limitar o impacto da fatura, sob a ameaça de criar impostos às importações dos países que não respeitarem as normas ecológicas.





Fonte: AFP

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