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Economia
Sábado - 19 de Janeiro de 2008 às 10:58
Por: Fabiana Reis

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O preço da arroba do boi gordo registra neste início de 2008 a maior cotação dos últimos três anos. Nos primeiros 17 dias de janeiro, o valor atingiu até R$ 70 em algumas cidades (Pedra Preta e São José dos Quatro Marcos) ante a uma média estadual de R$ 65,10. No ano passado o preço médio foi de R$ 52,55, com picos de até R$ 62,25, como ocorreu em dezembro. O menor preço registrado ocorreu em 2006, quando a arroba foi cotada a uma média de R$ 38,66. Se a média de 2008 for comparada à daquele ano, há um incremento de 68,3%.

O ganho do produtor está ocorrendo depois de dois anos agudos de crise (2005 e 2006) e só agora ele está podendo se recuperar das perdas registradas naquele período em que para se manter no mercado não deixou de investir nas pastagens, alimentação dos animais, vacinação entre outras despesas que compõem o custo da pecuária, contraindo dívidas. Os dados sobre o valor da arroba são do Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea).

Para o presidente da Comissão de Pecuária de Corte da Federação da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Famato), Júlio César Ferraz Rocha, o aumento no preço pago ao produtor está sendo motivado por três fatores principais. O primeiro deles é que não está havendo tanta disponibilidade de gado pronto para o abate no mercado. Outro motivo é a relação de troca que há no segmento, pois segundo ele, o pecuarista vende um boi e com o dinheiro compra bezerros, mas como está escassa a oferta de animais desta idade, ele "segura" o gado adulto, o que acarreta na elevação dos preços.

O terceiro motivo é o aumento no consumo, consequência da melhora na renda dos trabalhadores. "Somando estes três fatores o resultado é a majoração no preço da arroba e a recuperação da renda dos criadores", diz Rocha ao acrescentar que para 2008 não há perspectiva de baixa nos preços. Ele explica que em um ciclo normal da pecuária, nos meses de janeiro e fevereiro, quando há maior oferta de gado para os frigoríficos, o preço cai, ao contrário do que está ocorrendo este ano. "Mas como este mês estamos presenciando valores mais altos, a tendência é que continue aumentando durante o ano", acrescenta Ferraz sem arriscar números.

O diretor da Associação dos Produtores Rurais (APR), Paulo Rezende, lembra ainda que o abate de fêmeas em 2005 e 2006 foi uma das ações dos pecuaristas e que acarretaram na redução da oferta do boi no ano passado e este ano. "Naquele período foi a decisão que o produtor tomou para não ter ainda mais prejuízo, ante aos custos da produção".





Fonte: Gazeta Digital

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