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Economia
Quarta - 02 de Janeiro de 2008 às 20:24

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Nova York, 2 jan (EFE).- O preço do Petróleo Intermediário do Texas (WTI, leve), que no final de 1998 estava entre US$ 10 e US$ 11, ultrapassou hoje os US$ 100 em Nova York devido em grande parte à forte demanda nos Estados Unidos e alguns países em desenvolvimento. O preço do petróleo caiu em 1997 principalmente devido a um aumento de mais de 2,2 milhões de barris na oferta global, queda que continuou em 1998, quando em dezembro o WTI era negociado por volta de US$ 10.

Desde então o preço do petróleo veio subindo, fundamentalmente como conseqüência da decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) de ajustar o excessivo nível de oferta à demanda.

Em março de 1999, os produtores da Opep, junto a Rússia, México e Noruega, reduziram a oferta de petróleo em 2,1 milhões de barris diários durante um ano com o objetivo de se recuperar da forte queda da receita devido aos baixos preços.

No final daquele ano o WTI já tinha dobrado de preço, fechando o último pregão de dezembro a US$ 25,60.

A escalada de preços em Nova York continuou com a mudança de milênio, após ser comprovado que as previsões de um possível caos generalizado devido ao ajuste de programas da informática e tecnologia não se materializariam nem nos EUA nem em outros países.

Em 7 de março de 2000 os contratos de petróleo WTI com vencimento próximo terminaram o pregão a US$ 34,13, o valor mais alto em nove anos.

O encarecimento do petróleo teve um reflexo imediato na venda ao público de gasolina e gasóleo de calefação, o que levou o então presidente americano Bill Clinton a liberar 30 milhões de barris da reserva estratégica do país para pressionar os preços em baixa.

O valor do petróleo voltou a registrar uma tendência de baixa em 2001, depois que a Opep elevou a oferta e a demanda caiu por causa da recessão econômica vivida nos EUA.

Os atentados de 11 de setembro daquele ano aguçaram os temores de uma grave crise econômica e uma menor demanda petrolífera, o que provocou mais quedas de preços. Os produtores tentaram frear a redução no preço com cortes de produção.

O ano de 2002 foi de grande volatilidade no mercado nova-iorquino, e o petróleo WTI fechou dezembro a US$ 31,20, um preço 57% superior ao do fim de 2001.

A perspectiva de uma ofensiva militar no Iraque para derrubar Saddam Hussein e o temor a que isso interrompesse as provisões acrescentaram US$ 5 ao preço com que os analistas consideravam que a commodity deveria ser negociada segundo os níveis de oferta e procura.

A crise política na Venezuela e uma prolongada greve que reduziu a produção do país, quinto exportador mundial de petróleo, também favoreceram a alta do petróleo no final de 2002 e início de 2003.

A iminência de uma guerra no Iraque fez com que o petróleo superasse os US$ 37 entre fevereiro e março de 2003, mas pouco depois caiu devido à rápida queda de Saddam e ao fato de que os poços petrolíferos não foram destruídos.

No entanto, freqüentes ataques a oleodutos e a instabilidade no Iraque levaram a um encarecimento gradual do petróleo em 2004, de modo que em setembro já superava os US$ 50.

Esses fatores, unidos à forte alta da demanda mundial e à persistente queda de reservas nos EUA, fizeram com que o WTI registrasse um recorde de US$ 55,17 em 22 de outubro de 2004.

No ano seguinte o WTI fechou acima de US$ 61, 40,5% mais caro que no início de janeiro, e tocou a barreira dos US$ 70 em 30 de agosto devido à devastação do furacão "Katrina" no Golfo do México e nas refinarias da Louisiana, Mississípi e Alabama, que se agravaria dias depois com a passagem de "Rita".

Os prejuízos também encareceram o galão de gasolina (3,78 litros), que registrou o preço recorde de US$ 3,05 na venda ao público, chegando a ser vendido a US$ 5 em alguns postos de gasolina.

O barril de WTI terminou 2006 em um nível similar ao do ano anterior, embora entre abril e agosto tenha se mantido em torno ou acima de US$ 70. Em julho de 2006 foi registrado o recorde de US$ 78,40.

As preocupações com o programa nuclear do Irã, a insegurança na Nigéria e a forte demanda em China, Índia e EUA favoreceram a escalada nesse ano e continuaram atuando sobre os preços em 2007.

A esses fatores se uniu em 2007 o enfraquecimento do dólar e o aumento da tensão na fronteira entre o Iraque e a Turquia, além dos problemas no Paquistão, enquanto as reservas nos EUA continuam caindo.




Fonte: EFE

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