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Economia
Quarta - 26 de Dezembro de 2007 às 18:08

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Delicadas bolsas em cores, formatos e tamanhos variados, tecidas com finas tiras de couro que seria jogado na natureza, poluindo o meio ambiente e levando 50 anos para decompor. Este é um dos principais produtos de dois grupos de produção artesanal do município de Colíder, a 650 km de Cuiabá, em Mato Grosso.

A Tuiuiú Brasil e Rô Fernandes produzem peças exclusivas que fazem sucesso e ganham mercado em vários estados do país e encanta consumidores também no exterior. Parte da matéria-prima utilizada pelos dois núcleos é doada pelos curtumes Quatro Marcos e o Curtume Colíder, instalados na cidade.

José Moraes da Silva, um dos quatro gerentes da Tuiuiú Brasil, núcleo que gera 5 empregos diretos e 25 indiretos, ressalta que o grupo faz um produto ecologicamente correto por causa do aproveitamento do couro. Com os 100 quilos de retalhos de couro que recebe semanalmente, o grupo produz em média 250 produtos por mês de 20 modelos diferentes – bolsas, sacolas e porta-latas -, que são vendidos diretamente aos clientes em feiras pelo Brasil e também por revendedores em São Paulo, Juína, Cuiabá, Sinop, Porto Velho. Para fora do Brasil, vendem para a Alemanha. Ele explica que toda produção é comercializada e que não é possível produzir em série, uma vez que a matéria-prima principal são as sobras de couro.

Os preços dos produtos vão de R$ 5,00 (porta-latas) a R$ 90,00 (bolsa de macramê). “Nós estamos entrando no mercado de rasteiras, trabalhando com três modelos vendidos a R$ 20,00”, acrescenta.

Criado em 2003, o grupo produtivo Rô Fernandes reúne cinco mulheres que produzem bolsas, cintos, tamancos, pastas executivas e acessórios. “Em 2008, vamos iniciar uma linha decorativa”, adianta Rô Fernandes, acrescentando que serão feitos tapetes, jogos americanos, revestimento de peças cerâmicas como vasos, trabalho que já teve início em 2007 de maneira experimental. “Vamos usar a técnica de pintura em couro, que aprendemos no seminário de couro promovido pelo Sebrae”, conta. Elas confeccionam em média 30 modelos e a produção gira em torno de 100 peças por mês. “Para nós, a qualidade é mais importante do que a quantidade”, justifica, explicando que uma bolsa pequena em macramê leva um dia para ficar pronta, enquanto uma grande consome uma semana de trabalho.

As peças são vendidas diretamente aos consumidores em feiras e também na Casa do Artesão em Cuiabá, além de lojas em Goiás e Curitiba. Os preços variam de R$ 83,00 (mini-bolsa) a R$ 285,00 (bolsa grande).

Com um rebanho de aproximadamente 500 mil cabeças de gado, Colíder, é um pólo da produção de couro com duas unidades de curtimento de couro, o Curtume Quatro Marcos, que emprega 200 pessoas, e o Curtume Colíder, com aproximadamente 450 empregados. Cerca de 880 famílias estão envolvidas direta e indiretamente na cadeia do couro.

O Curtume Quatro Marcos produz quatro mil peças por dia - wet blue, couro curtido, camurça, napas e couro semi acabado, confeccionado em diversas cores e texturas -, e exporta para os Estados Unidos, Japão, Portugal, Índia, Espanha, Coréia do Sul e Paraguai, entre outros países.




Fonte: 24 Horas News

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