Vendas de Natal em shoppings têm maior alta em dez anos
De acordo com o presidente da Alshop, Nabil Sahyoun, o aumento do poder de consumo das classes de menor renda foi o principal responsável pelo bom desempenho do setor. “Fala-se na inclusão de até 2 milhões de novos consumidores nos shoppings ao longo deste ano”, explicou, citando a facilidade de crédito, o aumento de emprego formal e o crescimento de renda real como fatores que possibilitaram às classes mais baixas compras mais fartas neste Natal.
Itaquera
De modo geral, 2007 foi marcado pelo maior acesso aos shoppings por parte dos consumidores mais pobres. "No Shopping Itaquera, aberto este ano, foram contados cerca de 100 mil visitantes no dia da inauguração", lembrou o presidente da Alshop, para exemplificar o sucesso dos centros comerciais abertos em áreas periféricas (nesta caso, trata-se de um shopping aberto em novembro na zona Leste da capital paulista).
“O crescimento dos cartões de crédito também foi algo assustador”, comentou Sahyoun. Ele destacou a maior possibilidade de parcelamento como importante contribuição dos cartões às vendas recordes do comércio. As vendas reais nos shopings brasileiros devem atingir R$ 66,91 bilhões em 2007, já considerando as cerca de 3.500 novas lojas abertas ao longo do ano.
Os mais procurados
Sahyoun destacou os celulares e computadores portáteis como “vedetes do Natal”. “Além do setor de vestuário, que já é tradicional, estes eletroeletrônicos, bem como os televisores de LCD, foram muito bem."
Segundo ele, a linha branca (geladeiras, fogões, lavadoras) também teve pico de vendas graças à expansão do setor imobiliário. A necessidade dos consumidores de equiparem seus novos imóveis levou ao incremento de cerca de 20% nas vendas desse tipo de produto em novembro e dezembro deste ano, na comparação com 2006.
Trocas
Passada a euforia do Natal, os lojistas de shoppings esperam ainda faturar em 2007 com as troca de presentes, ocasião em que novas vendas podem acontecer. No setor de vestuário, por exemplo, o índice de trocas chega a 15%, segundo a Alshop. Também devem crescer as vendas de roupas brancas e lingerie, com a chegada do Ano-Novo.
A associação informou ainda que cerca de 25% dos 94 mil trabalhadores temporários contratados pelas lojas de shoppings para suprir o aumento de movimento do Natal devem ser empregados em caráter permanente.
2008
Para o ano que vem, a Alshop prevê a abertura de 76 novos shoppings no Brasil, com investimento de R$ 5 bilhões e crescimento de 10% no faturamento. A entrada das operadoras de shoppings na Bolsa de Valores impulsionou o setor, já que antes a expansão era limitada pela capacidade de investimento dos grupos, que agora buscam capital no mercado de ações. " A General Shopping (que fez IPO em julho) começou o ano com 3 shoppings e vai fechar com 11", exemplificou Sahyoun.
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