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Repórter News - reporternews.com.br
Economia
Domingo - 23 de Dezembro de 2007 às 13:25

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São Paulo - No supermercado Carolina, no centro de Taquarituba, a 315 km de São Paulo, a dona de casa Carla Bérgamo, 29 anos, hesita alguns segundos antes de pôr no carrinho o saquinho com um quilo de feijão por R$ 4,90. Ela observa que o preço baixou: na semana anterior estava a R$ 6. O preço equivalia ao do pacote com 5 quilos de arroz em oferta na mesma gôndola.

“Feijão em casa virou luxo: é uma colherzinha por pessoa.” Carla é uma das poucas donas de casa que saíram do supermercado levando o alimento que mais subiu de preço nos últimos meses. Acumulando cerca de 150% em menos de um ano, foi o produto que mais pressionou o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), medido pela Fipe, em dezembro. Com alta de 30,45% em uma semana, o popular feijão foi acusado de alimentar a inflação.

A fama cobrou seu preço: o consumidor se assustou e, na semana passada, nos campos do sudoeste paulista, a cotação da saca de 60 quilos, que chegou a R$ 280, tinha despencado para R$ 110, ou R$ 1,83 o quilo. Ali mesmo em Taquarituba, na fazenda Cateto, a 5 km do supermercado, o produtor Valmir Sérgio Mendes, de 44 anos, não conseguia desovar um estoque de quase 200 sacas recém-colhidas. “O preço subiu demais e o feijão encalhou nas prateleiras.” Para não perder seu ganho, o comerciante não baixa o preço, mas também não vende e deixa de fazer encomendas.

Além do produto paulista, entrou no mercado o feijão do norte de Minas Gerais e logo chega a produção paranaense. A nova oferta também ajudou a baixar a cotação. Nos últimos dias, a queda no valor da saca tem sido de R$ 10 por dia. “O grão de ouro era só folheado”, comparou.

Nos restaurantes de rodovias, os caminhoneiros reclamam: o tradicional carioquinha foi substituído pelo feijão-preto, mais barato. “Feijão claro, só quando o preço baixar”, diz a atendente Regina Célio, de uma churrascaria na Rodovia Raposo Tavares, em Itapetininga. Nos supermercados da região de Sorocaba, o preço do feijão novo, carioca, oscilava entre R$ 5,60 e R$ 6. Já o feijão preto estava entre R$ 3 e R$ 3,50.




Fonte: AE

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