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Meio Ambiente
Domingo - 16 de Dezembro de 2007 às 21:20

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Cerca de 30 escolas do município de Nova Xavantina (distante 645 quilômetros a leste de Cuiabá) estão participando de uma pesquisa na bacia do Xingu, em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), unidade vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O objetivo da pesquisa é monitorar a qualidade da água do rio Xingu e desenvolver educação ambiental.

A pesquisa é coordenada pela Embrapa Meio Ambiente de Jaguariúna (SP) e também conta com a participação da Universidade do Estado de Mato Grosso - Unemat, campus de Nova Xavantina. A pesquisa apóia diversas ações de educação ambiental na bacia do rio Xingu, nos municípios de Água Boa, Canarana, Querência e Ribeirão Cascalheira.

Pesquisadores e voluntários estão usando kits de monitoramento de qualidade de água, que permitem a avaliação mensal de diversas variáveis físico-químicas com precisão aceitável. Trata-se de um kit portátil composto de frascos, reagentes e material explicativo abordando o modo de usá-lo, bem como a importância ambiental das variáveis analisadas.

A maioria das análises se dá pela adição de reagentes específicos às amostras de água. As colorações obtidas pelas misturas são então comparadas a padrões (cartelas de cores), propiciando a interpretação dos resultados obtidos em termos de concentração.

O pesquisador da Embrapa Meio Ambiente e coordenador do trabalho, Ladislau Skorupa explica que o kit é um instrumento prático e com grandes possibilidades de utilização em atividades de educação ambiental, envolvendo comunidades e escolas, podendo fornecer valiosos subsídios para o desenvolvimento de atividades educacionais relacionadas ao meio ambiente, principalmente sobre a qualidade da água.

“Nestes casos, os diferentes resultados de avaliação, sejam de poços, córregos ou rios, incentivam a reflexão dos alunos e professores sobre os problemas ambientais existentes nos locais onde estão inseridos, promovendo uma avaliação crítica e o debate sobre possíveis soluções para os problemas identificados”, disse.

“Trabalhar a questão da ‘qualidade de água’ em atividades de educação ambiental propicia reflexões sobre uma vasta gama de problemas ambientais que podem repercutir direta ou indiretamente na qualidade da água consumida pelas populações locais”, explica Skorupa. No caso da bacia do rio Xingu, por exemplo, podem ser citados os casos comuns de degradação das matas ciliares e de nascentes e dos impactos das atividades agrícolas sobre os ambientes aquáticos, informa ele.

Entre os parâmetros avaliados pelo kit estão o pH, turbidez, oxigênio dissolvido, DBO (demanda bioquímica de oxigênio), fosfato, amônia, ferro, cloreto, dureza (presença de cálcio e magnésio) e temperatura. Adicionalmente, kits bacteriológicos também são utilizados na avaliação da presença de coliformes (totais, fecais) e Salmonella.

O trabalho faz parte do projeto “Recuperação de Áreas de Preservação Permanente e Promoção de Boas Práticas Agropecuárias na Bacia do rio Xingu”, em execução desde 2006, e também das iniciativas em curso na bacia deste rio dentro da Campanha Y Ikatu Xingu (salve a água boa do Xingu), promovida pelo Instituto Socioambiental (ISA). O projeto tem recursos do Fundo Setorial do Agronegócio (CT-Agro) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).




Fonte: TVCA

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