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Repórter News - reporternews.com.br
Meio Ambiente
Segunda - 10 de Dezembro de 2007 às 22:30

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WASHINGTON - A ficção científica já sugeriu que a Terra do futuro será habitada por uma mistura de todas as etnias, fundidas numa forma humana comum. na vida real, parece que está acontecendo o contrário.

A população está evoluindo mais rapidamente que no passado distante, com os moradores dos diversos continentes se tornando cada vez mais diferentes entre si, dizem pesquisadores.

"Fui criado na crença de que os seres humanos modernos surgiram entre 40 mil e 50 mil anos atrás e não mudaram", explicou o antropólogo Henry C. Harpening, da Universidade de Utah. "O oposto parece ser verdade. Nossa espécie não é estática".

Isso não significa que se devam esperar mudanças importantes nas próximas gerações - a evolução opera numa escala de milênios.

A equipe de Harpending analisou o DNA de humanos e de chimpanzés, nossos parentes mais próximos, os chimpanzés, informam os pesquisadores na edição online desta semana do periódico Proceedings of the National Academy of Sciences.

Se a evolução tivesse se mantido a uma taxa constante desde que homens e chimpanzés se separaram, há 6 milhões de anos, deveria haver 160 vezes mais diferenças do que a taxa encontrada.

Isso indica que a evolução humana foi mais lenta no passado distante, diz Herpending.

"O rápido crescimento populacional se juntou a mudanças grandes nas culturas e na ecologia, criando novas oportunidades para adaptação", diz o estudo. "Nos últimos 10 mil anos, assistimos a uma rápida evolução no esqueleto e nos dentes das populações humanas, bem como ao aparecimento de muitas respostas genéticas a dietas e doenças".

Os pesquisadores descobriram que africanos, europeus e asiáticos estão todos mudando, mas de modos diferentes.

Em um exemplo, os pesquisadores notam que, na China e em boa parte da África, poucas pessoas são capazes de digerir leite fresco depois que se tornam adultas. Já na Suécia e na Dinamarca, o gene que produz a enzima digestora de leite, lactase, continua ativo mesmo após o fim da infância.

Os cientistas estudaram 3,9 milhões de fragmentos de genes de 270 pessoas de quatro populações: chineses de etnia han, japoneses, iorubas africanos e mórmons do Estado de Utah, nos EUA, descendentes de europeus do norte.

Richard Potts, diretor do programa de origens humanas do Museu Nacional de História Natural da Smithsonian Institution, acredita que o raciocínio de Harpending, sobre uma resposta rápida às mudanças do ambiente, é plausível. O estudo se vale da expansão da população humana nos últimos 40 mil anos para explicar os dados genéticos.

Dois anos atrás, Harpending e o colega Gregory M. Cochran publicaram um estudo defendendo a idéia de que a inteligência acima da média dos judeus originários do norte da Europa resultaria de seleção natural durante a Idade Média, quando foram forçados assumir funções como banqueiros, comerciantes e coletores de impostos.

Os Amis espertos foram bem-sucedidos, enriqueceram e tiveram famílias maiores, sugere o trabalho. Mas o mesmo processo estaria ligado a doenças genéticas que afetam esse grupo de judeus.




Fonte: AP

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