Repórter News - reporternews.com.br
Saúde
Quarta - 05 de Dezembro de 2007 às 14:12

    Imprimir


O estudo PAE Brasil -- Pneumococo Avaliação Econômica -- foi realizado por cientistas e médicos de universidades brasileiras, com o apoio da Sociedade Brasileira de Pediatria e da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). A pesquisa avaliou os custos das doenças causadas pelas infecções pneumocócicas e calculou o impacto da implantação da vacina contra essa doença do ponto de vista econômico e social.

O pneumococo ou Streptococcus pneumoniae é capaz de causar meningites, pneumonias, septicemias e otites agudas (infecções no ouvido). Essas doenças atingem de forma mais intensa os países em desenvolvimento onde, segundo estimativas internacionais, uma em cada dez crianças terá uma infecção pneumocócica.

Os números são impressionantes. Segundo o Ministério da Saúde, as doenças pneumocócicas matam 20 mil crianças por ano. Somente em 2006, foram mais de 500 mil casos de pneumonia em brasileiros com menos de cinco anos, levando a 70 mil internações hospitalares e cerca de 3 milhões de casos de infecções graves do ouvido (otites médias).

As meningites pneumocócicas são extremamente graves e mais da metade das crianças que sobrevivem ficam com seqüelas neurológicas.

O tratamento das doenças pneumocócicas é feito com a utilização de antibióticos cada vez mais potentes, já que a alta incidência de casos facilita o aparecimento de bactérias resistentes. A melhor opção surge com o a vacina pneumo 7 capaz de prevenir as infecções causadas pelos vários sorotipos existentes no país.

O estudo PAE Brasil buscou justamente a partir dos dados do Ministério da Saúde calcular a relação custo-efetividade da implantação dessa nova vacina ao calendário oficial brasileiro.

Todas essas doenças custam ao Sistema Único de Saúde mais de R$ 100 milhões a cada ano. Esse valor se refere ao custo direto, ou seja, o valor pago pelas internações hospitalares, medicamentos, exames e procedimentos durante essas internações e consultas de revisão. Além desse montante existem os custos indiretos, já que os pais das crianças doentes faltam ao trabalho e as crianças que morrem ou ficam com seqüelas não poderão contribuir para o futuro do país.

Conhecendo o número de casos da doença pneumocócica e os custos envolvidos, se tornou possível avaliar a relação de custo efetividade da inclusão dessa vacina no calendário oficial de vacinação do governo brasileiro. Segundo os pesquisadores do PAE, que já foi apresentado ao Ministério da Saúde, a incorporação dessa nova vacina, que custaria em torno de US$ 53, a dose é muito custo-efetiva.

A definição custo-efetividade em saúde segue parâmetros ditados pela Organização Mundial da Saúde. Se o custo de implantação de um procedimento eficaz for menor do que o PIB per capita de um país, esse procedimento é muito custo-efetivo. Custando até três vezes o PIB per capita o procedimento ou tratamento ainda é custo-efetivo, acima desse valor se torna caro demais para que valha a pena ser implantado.

A análise do custo de implantação da vacina pneumo 7 no Brasil mostrou que ela é 25 % menor do que nosso PIB per capita, o que torna a incorporação da vacina ao calendário oficial muito interessante do ponto de vista econômico para o país.

Devemos lembrar que em nosso orçamento de saúde cada centavo economizado pode significar mais tratamentos de outras doenças ou mesmo mais gente sendo tratada quando preciso.

A vacina está disponível no Sistema Único de Saúde para pacientes com indicações especiais como prematuridade, asma grave e portadores da Síndrome de Down.

No mercado privado as clínicas oferecem a vacina Pneumo 7 a custo médio de R$ 200, por dose. Os esquemas de vacinação preconizam a utilização de três doses com mais uma dose de reforço.





Fonte: Redação/G1

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/195524/visualizar/