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Internacional
Sexta - 16 de Novembro de 2007 às 11:09

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Pesquisas de opinião realizadas por dois institutos divulgadas na quinta-feira, 15, apontaram que o presidente venezuelano, Hugo Chávez, pode ser derrotado no referendo sobre as reformas na Constituição do país. Segundo o jornal venezuelano El Universal, em uma das análises, 58 % dos consultados pretendem optar pelo "não" no pleito que será realizado no dia 2 de dezembro.

O projeto de reforma que está motivando os protestos nas últimas semanas em todo o país prevê mudanças em 69 dos 350 artigos da Constituição venezuelana - entre eles uma modificação que determina o fim do limite para reeleições.

De acordo com o Instituto Hinterlaces, 45% dos consultados por telefone estavam decididos a votar contra a reforma. Já a análise do Instituto Mercanálisis mostra um número muito maior de votos contra a proposta do presidente - 58% são contra e 37% a favor. As pesquisas foram realizadas nas principais cidades do país.

Segundo a BBC, no referendo convocado para aprovar a atual constituição, em 1999, apenas 44% da população foi às urnas. Em outro referendo - o realizado em 2004 para decidir a permanência de Chávez no poder - 70% dos eleitores votaram.

O jornal americano The Washington Post disse nesta sexta-feira, 16, que o presidente Chávez está dando "um golpe" com sua reforma constitucional e que a Venezuela "terminará se transformando em uma ditadura".

Segundo o diário, " a Venezuela está a ponto de sucumbir para uma ditadura que atrasará todo o país por décadas" e a população "não está preparada para render a sua liberdade sem lutar".

O Washington Post diz ainda que as manifestações estudantis foram reprimidas violentamente por "grupos paramilitares sustentados pelo governo" e que a repressão "é só um exemplo do clima detestável de intimidação que Chávez está criando até o referendo de 2 de dezembro, em que se espera que ele seja confirmado formalmente como presidente de fato pela vida toda e cujos poderes rivalizam somente com o seu mentor, Fidel Castro".

Entre as mudanças mais polêmicas está o fim do limite no número de vezes que o presidente pode ser reeleito. A Constituição vigente prevê apenas uma reeleição direta, com um período de seis anos para cada mandato.

Outros artigos propõem a redução da jornada de trabalho de oito para seis horas diárias, o fim da autonomia do Banco Central, a inclusão do "poder popular" na escala dos poderes nacional, estatal e local e a proibição do latifúndio. O polêmico artigo 337 limita o acesso à informação em caso de estado de exceção.





Fonte: Agências Internacionais

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