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Nacional
Terça - 13 de Novembro de 2007 às 05:32
Por: Mariana Barbosa e Alberto Koma

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Sem ter de desembolsar um tostão para adquirir formalmente a BRA, a OceanAir costurou um acordo que fará com que ela herde quase toda a operação da empresa. A companhia dos irmãos Folegatti parou de voar na quarta-feira com uma dívida de US$ 100 milhões e 70 mil bilhetes em aberto.

O acordo anunciado ontem pelo presidente da OceanAir, German Efromovich, prevê a transferência da frota da BRA para a OceanAir. Em troca, atendendo a um apelo do governo, a OceanAir bancará as operações de fretamento da BRA nos próximos 120 dias. Assim como fez no fim de semana, a OceanAir vai arcar com custos de combustível e tarifas aeroportuárias para que sejam realizadas viagens com aviões e tripulação da BRA, em vôos fretados que estavam programados antes da quebra da empresa.

Com esse acordo, os 27 mil passageiros que possuem pacotes da agência PNX Travel terão suas viagens garantidas. Mas o acordo não contempla os 43 mil passageiros com bilhetes de vôos regulares (ver abaixo).

Efromovich não revelou os custos envolvidos no acordo. "Não estamos comprando nada. Os vôos que estamos fazendo para a BRA têm um custo e esse custo é da BRA. A OceanAir só vai fazer uma coisa garantida e segura", disse o empresário.

Os custos da OceanAir com as operações de fretamento serão pagos com dois Boeings 767 recentemente adquiridos pela BRA. Os dois aviões, que ainda não estão totalmente quitados, pertenceram à frota da velha Varig, mas nunca chegaram a voar com a bandeira da BRA porque a empresa ficou sem dinheiro para a manutenção.

Além desses dois aviões, a OceanAir acertou a transferência dos contratos de leasing de seis Boeings 737 e mais um 767 da BRA. Com a incorporação desses aviões, a OceanAir iniciará a contratação de 400 a 500 funcionários - seu quadro atual é de 1.400 funcionários.

Diferentemente da Varig, que tinha horários e autorizações de vôos em aeroportos cobiçados, a malha da BRA tinha poucos concorrentes e, por isso, pode ser ocupada sem disputas. A OceanAir, que tinha uma malha parecida com a da BRA, pretende ocupar esse espaço e já solicitou à Anac autorização para voar para oito destinos, como Manaus, Belém e Palmas, que eram atendidos pela BRA. A empresa também tem interesse nas rotas internacionais, como Milão, Lisboa e Madri, mas nesses casos terá de disputar com a TAM e a nova Varig.

A incorporação da frota da BRA representa um grande salto para a OceanAir - que deverá ser rebatizada em 2008 de Avianca, empresa colombiana que pertence a Efromovich.

Hoje a OceanAir possui 13 Fokkers 100, dois Boeings 767 e um Boeing 757. Com os Boeings da BRA, a OceanAir antecipa um crescimento que viria apenas com a chegada de uma encomenda de 30 Airbus A320, com entregas previstas para o período de 2008 a 2012.

"Eu acho que a OceanAir deve começar a ter um crescimento de fato com a operação da BRA, o que vai trazer a empresa, no curto prazo, para o patamar de uma empresa de médio porte", disse o consultor aeronáutico Paulo Sampaio. Segundo ele, TAM, Gol e Varig estão trazendo uma quantidade grande de aviões no ano que vem para tentar neutralizar a expansão da concorrência.

Mesmo assim, Sampaio avalia que a OceanAir tem chances de realmente se tornar uma empresa que pode minimizar os efeitos do duopólio TAM/Gol.





Fonte: Estadão

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