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Repórter News - reporternews.com.br
Economia
Sábado - 10 de Novembro de 2007 às 11:20

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A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) informou ontem que vai requisitar da Bovespa a relação de todos os investidores que compraram e venderam ações da Petrobras nas últimas três semanas e que investigará as suspeitas a respeito de suposto vazamento de informação sobre o megacampo de petróleo na bacia de Santos.

As ações da empresa subiram 14% anteontem com o anúncio do megacampo.

A Folha noticiou ontem que o presidente Lula havia antecipado a informação sobre o megacampo a governadores em visita a Zurique, no final de outubro. A confirmação do potencial do campo foi feita anteontem pela direção da estatal e pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. O diretor da estatal Guilherme Estrella disse que o anúncio foi antecipado pelo temor de especulações no mercado acionário.

O superintendente regional da CVM em São Paulo, Waldir de Jesus Nobre, disse que não foi constatado nenhum indício de manipulação com as ações da Petrobras na Bolsa. ""Faremos a investigação por desencargo de consciência", disse.

Segundo ele, os preços das ações e os volumes de negócios com as ações da estatal, antes do anúncio da empresa, estiveram alinhados com o comportamento do Ibovespa (principal índice da Bolsa paulista) e com a evolução do preço do petróleo, que está em alta.

Para alguns operadores do mercado de capitais, a CVM deveria ter suspendido a negociação com as ações da Petrobras anteontem, tendo em vista que a direção da estatal e Dilma só deram entrevista sobre a descoberta à tarde.

Para Waldir Nobre, o fato relevante divulgado pela empresa, antes da abertura do pregão, foi suficiente para deixar o mercado informado, e a CVM não viu necessidade de suspender a negociação dos papéis.

Para a CVM, a existência do megacampo de Tupi é notícia antiga, que agora foi confirmada pela Petrobras com a realização de novos testes na área. A empresa comunicou a descoberta ao mercado no dia 11 de julho de 2006.

Ele admitiu que a identificação de vazamento de informações, envolvendo ações de grande liquidez, como a Petrobras, é muito difícil, porque a ação de alguns investidores não chega a provocar oscilações no preço no papel, o mais negociado na Bovespa.

Para Nobre, a situação atual é muito diferente da verificada, por exemplo, na compra das empresas do grupo Ipiranga pelo pool Petrobras-Braskem-Grupo Ultra, em março, quando a CVM bloqueou pagamento de venda de ações e processou investidores que teriam se beneficiado do vazamento de informações privilegiadas.

Como as ações da Ipiranga tinham baixa liquidez, a movimentação dos investidores fez as ações ordinárias (com direito a voto) da Distribuidora Ipiranga dispararem 33,33%.

Segundo o superintendente, a alta das ações da Petrobras, nos últimos dois pregões, fez com que o peso da estatal na composição do Ibovespa passasse de 16% para 21%.





Fonte: UOL

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