Oferta de ações da BMF deve ter demanda maior que a da Bovespa, prevê anal

SÃO PAULO - Apesar de o período de reserva para compra das ações da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BMF) começar só no dia 19 de novembro, a perspectiva é de que a demanda pelos papéis repita ou até supere a vista durante a oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da Bovespa Holding.

A análise é de que a alta de 50% nas ações da Bovespa Holding no dia da estréia deve atrair os aplicadores para a oferta de ações da bolsa de futuros.

É muito cedo para avaliar, mas minha impressão é de que quem entrou no IPO da Bovespa vai querer entrar de novo e quem não entrou vai querer entrar nesta da BMF, afirma Marco Gazel, sócio da M2 Investimentos, empresa de consultoria financeira.

Para o diretor da consultoria de relações com investidores Capital Partners, Paulo Esteves, a menos que haja um cataclisma, o IPO vai ser muito bem sucedido. O negócio bolsa hoje tem um apelo muito bom, afirma.

Gazel atenta para o fato de que ainda não se sabe qual será o comportamento das bolsas atuando como empresas abertas. O negócio chama atenção, mas ninguém conhece o resultado, ou sabe se elas vão dar lucro, afirma.

Com base no intervalo de preço previsto no prospecto da oferta de ações da BMF, entre R$ 14,50 e R$ 16,50, o valor de mercado da empresa pode ser estimado entre R$ 13,07 bilhões e R$ 14,88 bilhões.

Já a Bovespa Holding, que saiu do IPO avaliada em R$ 16,2 bilhões, já tem valor de mercado de R$ 26,4 bilhões, considerando a cotação de hoje, a R$ 37.

Esteves, da Capital Partners, não descarta que a faixa de preço sugerida na oferta de ações da BMF seja revista para cima, caso a demanda supere várias vezes o volume de ações ofertado. No IPO da Bovespa, o intervalo subiu de R$ 15,50 para R$ 18,50 para a faixa de R$ 20 a R$ 23, nas vésperas do fechamento da operação.

Para ele, a comparação do valor de mercado da Bovespa com o da Bolsa de Nova York (Nyse), que vale US$ 23,25 bilhões assusta, já que a bolsa americana tem 2,7 mil empresas listadas contra menos de 500 na bolsa brasileira.

Mas ele ressalta que mais do que o tamanho atual da empresa, os investidores estão olhando o potencial de crescimento do negócio da bolsa em um país como o Brasil. Lá nos EUA o mercado já está consolidado. Não dá para querer quer as empresas tenham os mesmo múltiplos, afirma.

Sobre o potencial da BMF, ele destaca como importante o fato de ela ser a quarta maior do mundo entre as bolsas de futuros e lembra que a Bovespa é só a 15a. entre os mercados de ações.