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Economia
Quinta - 08 de Novembro de 2007 às 07:23

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Até o final de 2007, o Brasil terá 7,5 milhões de trabalhadores sem qualificação ou experiência profissional procurando emprego em todo o país, segundo estimativa da pesquisa "Demanda e perfil dos trabalhadores formais do Brasil em 2007", do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgada nesta quarta-feira (7).

Isso significa, de acordo com o levantamento, que das 9,1 milhões de pessoas em busca de uma vaga este ano, apenas 1,7 milhão (18,3% do total) têm qualificação adequada para conquistar um espaço no mercado.

Entretanto, a pesquisa do Ipea mostra que, mesmo com percentual pequeno de mão-de-obra preparada, faltam vagas para absorvê-los no Nordeste e Sudeste do país. Ao contrário do que ocorre no Norte, no Sul e no Centro-Oeste, sobram trabalhadores qualificados sem emprego nessas regiões (confira mapa abaixo).

O Ipea prevê que, até o final de 2007, terão sido criados 1,592 milhão de novos empregos com carteira assinada no Brasil. A quantidade é insuficiente para atender ao número de trabalhadores qualificados e disponíveis, que deve ser de 1,676 milhão em todo o país.

Apesar de sobrarem trabalhadores qualificados no Sudeste e no Nordeste, essas regiões respondem por 50% e 27% do estoque de trabalhadores sem qualificação do país, respectivamente.

Segundo o presidente do Ipea, Marcio Pochmann, o Brasil está convivendo atualmente com uma nova "geoeconomia do emprego", com as regiões Norte e Centro-Oeste, que tradicionalmente não demandavam em grande quantidade e qualidade de mão-de-obra, hoje comandando na contratação trabalhadores de maior qualificação.

"Estamos diante de um fenômeno novo, que é a ausência de trabalhadores qualificados para a atividade e econômica. Fazia mais de duas décadas que isso não ocorria no Brasil. Nosso modo de ver, exige um planejamento para transformar nosso sistema de intermediação de mão-de-obra e a constituição de um sistema de qualificação", disse Pochmann.

Indústria - Ainda de acordo com a pesquisa, o setor de serviços é o que tem mais oferta de pessoal qualificado para trabalhar (36,9% do total dos setores), seguido do comércio e reparação de produtos (25,3%).

A indústria de transformação e extrativa mineral é o setor em que mais falta gente qualificada. Segundo estimativa do Ipea, a carência é de quase 117 mil pessoas em 2007, o que equivale a 26,2% dos empregos anualmente criados neste setor.

Segundo Pochmann, há uma "desconexão" entre a realidade do mundo de trabalho e a realidade do sistema de formação. Ele defendeu a criação de um sistema nacional de formação e treinamento, que mostraria onde existe oferta e demanda por empregos em todo o país.

"É preciso repensar o sistema de formação com a perspectiva que temos para os próximos cinco ou 10 anos. Há uma demanda mais forte por trabalhadores qualificados e, por isso, existe a necessidade de repensar para termos novas políticas públicas nesse segmento", afirmou.





Fonte: G1

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