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Repórter News - reporternews.com.br
Politica Brasil
Sexta - 12 de Outubro de 2007 às 10:40

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Se pudessem escolher, o que será que as crianças gostariam de ganhar neste dia 12 de outubro? Boneca que sabe andar e falar, vídeo game, carrinho de controle remoto de última geração? O que é oferecido nas vitrines nas lojas de brinquedos, com certeza, enche de esperança o olhar dos pequenos.

No entanto, apesar de serem presentes que fariam felizes milhares de meninos e meninas, não faz parte da realidade nem do desejo de todos. Quando a mãe de Wanderson Augusto Freire (15) morreu e o pai o abandonou, ele foi morar em um orfanato. Onze anos se passaram, e o adolescente não esquece o presente que mais queria ganhar quando era uma criança de quatro anos. "Sonhava com uma família, que me amasse e me tratasse como um filho", relembra Wanderson.

O garoto foi adotado pelo casal Lauro e Luciene Braga, que já tinha três filhas: Luciana (22), Lucimara (20) e Larissa (18). "Wanderson era nosso vizinho e já freqüentava nossa casa. Ele é uma das nossas relíquias, nos ajuda. É um rapaz obediente e carinhoso", diz o orgulhoso pai.

A experiência foi tão recompensadora, que eles adotaram mais um menino. Eduardo (8) tinha apenas uma semana de vida quando foi levado para casa pela família Braga. "As pessoas diziam que a gente já tinha filhos e não precisava de mais. Mas nunca nos preocupamos com gastos. Recebíamos amor em troca", afirma. Wanderson retribui os elogios do pai com gratidão. "Agradeço a Deus os pais e os irmãos que tenho. Me sinto abençoado. Gostaria que todas as crianças também pudessem viver em um ambiente de alegria e união".

E é justamente essa a vontade do casal Emerson e Andréia Bernini. Eles tentam adotar Adriele (12), mas lamentam o processo demorado e burocrático. Emerson conta que já faz um ano que ele passa no orfanato e leva a garota para passar feriados e finais de semana com a família dele. O casal já tem duas filhas, Jéssica (15) e Jenifer (8), mas sabe que a atitude de adotar pode não só melhorar a vida de uma criança ou adolescente como também a deles mesmos. "Há quatro anos, tentamos adotar um menino. Depois de uma semana em casa, a senhora que cuidava da criança quis ele de volta. Sofremos com a separação. Agora, estamos novamente decididos".

Adriele torce para que a família consiga levá-la para casa definitivamente. "Gosto de ficar com eles. Me levam pra passear, brinco com as filhas deles. São os pais que sempre quis", diz a garota, com a voz emocionada.

Responsabilidade, boa ação, sentimento. Um gesto que serve de exemplo. "Quando vejo na televisão casos de mães que abandonam os filhos, não consigo acreditar. Sei que não dá para mudar o mundo, mas todos podem colaborar para ele ser melhor", conclui Emerson.

Confira também a história de um bebê abandonado que vai passar o primeiro Dia das Crianças com os pais adotivos.

Processo de adoção

Os interessados na adoção devem passar por um processo chamado "inscrição para adoção", que consiste na apresentação de documentos e na realização de um estudo psicossocial, que avalia as condições sociais e psicológicas do casal, ou da pessoa que pretende fazer parte da lista de pretendentes. Depois disso, a juíza verificará por meio dos documentos e do estudo se o casal ou a pessoa tem condições de adotar.

Atualmente 34 casais estão na lista de pretendentes à adoção e somente dois querem crianças acima de três anos de idade. O restante busca recém-nascidos. A psicóloga Marimar Michels, que trabalha no Lar da Criança, ensina que é preciso motivar a auto-estima e minimizar a tristeza e a carência de quem aguarda com ansiedade a oportunidade de ganhar um novo lar. "Muitas vezes, elas [as crianças] se sentem rejeitadas. Precisamos fazer trabalhos pedagógicos, terapias, dinâmica de grupos", informa a psicóloga. Marimar garante que o mais importante é ter paciência e amor. "Tem que compreender a história de vida do menino ou menina até para evitar um choque cultural, por exemplo", aconselha.

O método escolhido e trabalhado no Lar para um vínculo afetivo entre pais e filhos adotivos é o de aproximação sucessiva. "Os pais vêm visitar as crianças por duas semanas. Depois começa a levá-la pra casa. É uma psicologia comportamental para os dois perceberem se a relação vai dar certo", avalia.

Festa e presentes

Dia 12 de outubro é de festa no Lar das Crianças. Todos vão ganhar presentes e até a visita de um palhaço e de um mágico. A programação é que eles brinquem durante todo o dia. "Acredito que à noite eles vão estar tão cansados que vai passar até despercebida a falta dos familiares", afirma a psicóloga.

A questão é que no dia seguinte tudo volta ao normal e o maior sonho continua sendo o de encontrar um pai e uma mãe para a criança se sentir mais feliz.




Fonte: TVCA

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