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Sábado - 06 de Outubro de 2007 às 18:05

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Bastaram 204 dias. Do menino tímido, primeiro negro a correr na F-1, que fazia sua prova de estréia naquele 18 de março, em Melbourne, ao Lewis Hamilton que na próxima madrugada, aos 22 anos, pode se tornar o mais jovem campeão da categoria, pouco restou.

Para ser campeão já no GP da China, com uma prova de antecipação, Hamilton só precisa terminar à frente de seu companheiro de equipe, Fernando Alonso, atual detentor do recorde que o novato está prestes a quebrar --quando conquistou seu primeiro título, há dois anos, o espanhol estava com 24 anos, 1 mês e 27 dias.

Talvez maior esperança do bicampeão de não ver o parceiro de McLaren campeão, a punição que quase todos davam como certa acabou não vindo.

Nem a chiadeira dos pilotos nem as imagens captadas por um torcedor japonês e postadas no site YouTube, reconhecidas pela FIA como "nova prova", foram suficientes para convencer a entidade de que o piloto da McLaren fazia uma trajetória não-convencional atrás do safety car no Japão.

Já havia anoitecido em Xangai quando Hamilton, Sebastian Vettel e Mark Webber foram chamados a dar explicações sobre a corrida de Fuji na sala dos comissários.

Como acontece nos escritórios das equipes, que são todos de vidro, é possível ver tudo o que acontece lá dentro.

Foi um prato cheio para a imprensa, que aguardava o parecer da FIA. Na sala, o trio ficou por cerca de 40 minutos vendo imagens da própria FIA e do YouTube. Depois, Vettel e Webber deixaram a sala e Hamilton permaneceu por cerca de 20 minutos, explicando-se aos três comissários.

"Estou feliz que os comissários tenham chegado a essa decisão, assim posso me focar na corrida e no resto do campeonato", declarou Hamilton, que, no decorrer da temporada, foi deixando de lado o olhar e o discurso quase inocentes que mostrava na Austrália.

"Fiz o melhor que pude naquelas circunstâncias. Foi a primeira vez que liderei uma corrida de fato com chuva, atrás do safety car", explicou.

"As pessoas estão sendo muito duras comigo", completou o inglês, que fez a F-1 esquecer em pouquíssimo tempo a aposentadoria do maior destruidor de recordes de sua história, Michael Schumacher, sete vezes campeão do mundo.

"Normalmente, os pilotos bons não começam em equipes de ponta, como foi o caso dele [Lewis]", afirmou Jean Todt, chefe da Ferrari, equipe na qual Schumacher construiu grande parte da carreira. "Mas ele teve a oportunidade e soube usá-la."

"Os recordes estão aí para serem quebrados e seus resultados falam por eles mesmos", afirmou Ron Dennis, chefe da McLaren, sobre o pupilo.

O novato que, na semana passada, após ganhar em Fuji, sob chuva, "ousou" se comparar a Ayrton Senna e Alain Prost. Mas que na próxima madrugada pode colocar seu nome ao lado dos deles na galeria de campeões da F-1. E mostrar ao mundo algo que não deixou para trás neste ano: seu sorriso.




Fonte: Folha de S.Paulo

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