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Economia
Quinta - 27 de Setembro de 2007 às 15:05

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A criação de peixes é uma alternativa para garantir segurança alimentar nas comunidades indígenas, principalmente em regiões onde os recursos naturais dos rios e florestas já não provêem o sustento das famílias. Esse é o caso dos índios Bororo, da reserva Merure, (no município de General Carneiro). Exímios pescadores, eles sempre tiveram a proteína do pescado na base da alimentação, mas agora estão sofrendo com a falta de peixe nos rios e lagos da região.

Para suprir essa carência, os Bororo vão aprender a criar o peixe que não encontram mais na pesca. Tanques serão implantados na aldeia para o cultivo de espécies nativas como pacu, e os índios receberão capacitação em piscicultura para aprender a manter as criações. Com a criação de peixe, cerca de cem famílias da Merure ganham segurança alimentar a partir de um alimento altamente nutritivo, tradicional em sua cultura e produzido pela própria aldeia.

O projeto é fruto de parceria entre a Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República (Seap), Governo do Estado e associação dos índios. Nesta sexta-feira (28.09), o ministro da Seap, Altemir Gregolin, vai até a aldeia conhecer a comunidade e assinar termo de compromisso para a execução do projeto. O presidente da Empaer, Leôncio Pinheiro, também assina o termo de convênio. No mesmo ato, serão colocados oito mil juvenis (peixes jovens) de pacu na lagoa da aldeia, para facilitar a pesca e garantir a alimentação das famílias enquanto o projeto de piscicultura não começa a produzir. Os juvenis foram cedidos pela Piscicultura Bom Futuro, de Primavera do Leste.

Acompanhado do superintendente da Seap em Mato Grosso, Valter Santana, o ministro chega à aldeia às 13h. Antes, durante a manhã, às 10h, o ministro tem audiência com o governador Blairo Maggi em Cuiabá, no Palácio Paiaguás. Maggi e Gregolin vão discutir parcerias entre os governos federal e estadual para o desenvolvimento da pesca e da aqüicultura no Mato Grosso.

O Estado tem grande potencial de crescimento no setor, principalmente a partir da aqüicultura - o cultivo ou criação de organismos aquáticos. Hoje, das 22 mil toneladas de pescado produzidas no Estado ao ano (dados do Ibama de 2005), apenas 24,5% vêm da pesca; o restante sai dos tanques e açudes de piscicultura. Com água em abundância, clima adequado e extensão territorial, o Estado pode ampliar essa produção com sustentabilidade e inclusão social.

POTENCIAL - A Seap mantém vários projetos de fomento à piscicultura em todo o país, por seu potencial de geração de renda e de alimento. Agora, a intenção é incluir as comunidades indígenas nos projetos, com foco na segurança alimentar. Seap e Funai estão elaborando um Programa de Implementação da Aqüicultura nas Terras Indígenas Brasileiras para planejar o desenvolvimento da atividade.

A ação na aldeia do Merure encerra a Semana do Peixe, campanha nacional de incentivo ao consumo de pescado, iniciada em 17 de setembro e que se encerra neste domingo (30). A Semana foi promovida pela Seap em parceria com a Abras (Associação Brasileira de Supermercados).





Fonte: Seap

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