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Segunda - 17 de Setembro de 2007 às 21:53

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SÃO PAULO - A equipe masculina do Brasil, campeã do 25º Campeonato Mundial de Judô, que acabou no último domingo, no Rio, só vai definir todos os nomes para a Olimpíada de Pequim em abril ou maio do ano que vem - ou seja, três ou quatro meses antes do início dos Jogos. Por enquanto, o único com vaga garantida é João Derly, dono da medalha de ouro no Pan do Rio e no próprio Mundial - ambas na categoria meio-leve.

Até mesmo Tiago Camilo, que ganhou medalha de ouro do Pan na categoria dos médios e foi campeão mundial na categoria dos meio-médios, terá de participar de um seletiva para a Olimpíada. Mesmo caminho a ser percorrido por Luciano Corrêa, campeão mundial dos meio-pesados, e João Gabriel Schlittler, bronze entre os pesados no Mundial.

"Foi um acordo feito antes do Pan e todos os atletas concordaram", explicou Ney Wilson, coordenador-técnico da Confederação Brasileira de Judô (CBJ). "Não seria correto alterar o que foi acertado", afirmou o dirigente, mesmo sabendo da atuação extraordinária de Tiago Camilo no Mundial do Rio, que lhe valeu o título de melhor judoca na competição e ganhador do troféu "ippon".

No dia 6 de outubro está prevista uma primeira seletiva, quando estarão em ação os campeões do Troféu Brasil, do Campeonato Brasileiro, do Sub-25 e do Sub-23. O vencedor desta disputa vai encarar o reserva da seleção brasileira, no dia 13 de outubro. Quem ganhar este duelo vai participar de torneios na Europa no início do ano que vem, juntamente com o titular da equipe brasileira. Cada um disputa uma série de competições, em países diferentes, e quem for melhor, no entendimento dos dirigentes da CBJ, ficará com a vaga para Pequim.

"Quando foi feito o acordo, entendi que o campeão do Pan e do Mundial teria vaga garantida na Olimpíada", disse Tiago Camilo. "Mas não tem problema. Tudo que conquistei na vida foi honestamente e graças ao meu esforço."

Logo após a conquista do ouro de Tiago Camilo, ainda nas arquibancadas da Arena Olímpica, na sexta-feira, o presidente da CBJ, Paulo Wanderley, falou sobre a seletiva. "Se você me perguntar qual minha resposta pessoal, ela será uma. Mas institucionalmente, ela é outra", revelou o dirigente, também muito emocionado com a conquista espetacular do judoca paulista no Mundial do Rio.

Melhor assim

O técnico da equipe masculina do Brasil, Luiz Shinohara, festeja o "bom problema" para definir a seleção com excesso de bons judocas. Principalmente na categoria de Tiago Camilo, que conta com Flávio Canto, medalhista de bronze na Olimpíada de Atenas/2004 - ele não disputou o Mundial do Rio por causa de contusão.

"Tiago e Flávio dois grandes atletas, que obtiveram ótimos resultados. Foi feito um acordo e vamos ver como será", afirmou o treinador, que está no comando da equipe brasileira desde 2001.

Em 2004, Flávio Canto venceu Tiago Camilo em uma seletiva polêmica, em que a vitória de Flávio Canto foi bastante contestada por Tiago Camilo, que chegou a entrar na Justiça.

Caso diferente

No feminino, a situação é um pouco mais difícil. Apenas Érika Miranda garantiu vaga olímpica para a categoria meio-leve, depois de ficar em quinto lugar no Mundial do Rio. As demais judocas deverão ganhar o direito por meio do ranqueamento.

"A Edinanci Silva e a Danielle Zangrando estão em primeiro (no ranking pan-americano). O problema está no peso pesado", admitiu a técnica da equipe brasileira, Rosicléia Campos, referindo-se à categoria de Priscila Marques, que não passou da primeira rodada no Mundial.

Rosicléia aprovou a preparação física das atletas para o Mundial, mas reconheceu que é preciso trabalhar mais a parte técnica e tática das judocas brasileiras. "Estamos reunindo um banco de dados enorme, com vídeo de todas as lutas das principais judocas do mundo. Isso será muito importante para o nosso desenvolvimento", explicou.




Fonte: Estadão

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