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Internacional
Domingo - 16 de Setembro de 2007 às 19:27

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Jerusalém, 16 set (EFE).- O chefe dos serviços de inteligência do Exército de Israel, Amos Yadlin, acusou hoje o movimento islamita Hamas de preparar um grande atentado com o objetivo de fazer fracassar a conferência de paz sobre o Oriente Médio convocada pelos Estados Unidos.

Por outro lado, o grupo acusou o Fatah - seu rival entre os movimentos paletinos - de tentar plantar uma bomba no Parlamento palestino, na Faixa de Gaza, controlada pelos fundamentalistas desde junho.

O Hamas, que não comete nenhum ataque suicida desde 2004, é contra a realização do encontro, mas em nenhum momento manifestou a intenção de boicotá-lo. O presidente palestino e líder do Fatah, Mahmoud Abbas, deve participar da reunião.

Yadlin falou sobre o possível atentado em um discurso diante do Comitê de Assuntos Exteriores e Defesa da Knesset (Parlamento de Israel) sobre os planos nucleares do Irã, segundo a imprensa local.

O general Yadlin disse que o Hamas tem também a capacidade de controlar a Cisjordânia, ainda dominada pelo Fatah. Para ele, seria a presença militar israelense no território - ocupado desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967 - que impediria o grupo.

Yadlin tem dúvidas se o Fatah conseguirá recuperar a Faixa de Gaza, já que o Hamas recebe apoio econômico de fontes distintas. Segundo o general, isso compensaria os prejuízos causados pelas sanções financeiras da comunidade internacional.

Quanto aos planos nucleares iranianos, ele afirmou que Israel restaurou a capacidade militar de dissuasão que possuía antes da campanha contra o Hisbolá em 2006, o que afeta toda região, inclusive Irã e Síria.

Segundo o general, as sanções contra o Irã aprovadas pelo Conselho de Segurança "não afetam realmente" o regime dos aiatolás.

"Pela primeira vez, altos funcionários iranianos estão dizendo abertamente que seu plano nuclear tem importância estratégica e militar", acrescentou.

Já o Executivo israelense aprovou hoje a criação de um organismo que coordenará a atuação dos serviços governamentais, de segurança e de emergências durante a crise.

A decisão, aprovada pelo Conselho de Ministros, é uma resposta à falta de coordenação - destacada por vários relatórios oficiais - entre as autoridades militares e governamentais durante a campanha.

O vice-ministro da Defesa, Matan Vilani, vai dirigir o organismo, que responderá imediatamente em caso de guerra, estado de emergência ou desastre natural.

Em meio às acusações de Amos Yadlin, a Força Executiva do Hamas acusou hoje o Fatah de colocar uma bomba na entrada da sede do Parlamento palestino na Cidade de Gaza.

O porta-voz da Força Executiva, Islam Shahwan, disse que o artefato, com 15 quilogramas de explosivos, foi posto na frente do prédio do Conselho Legislativo por desconhecidos que fugiram imediatamente.

Segundo a agência de notícias palestina "Ma'an", a Força está interrogando um suspeito de participar da ação e também confiscou dois veículos semelhantes aos que foram vistos fugindo em alta velocidade.

Após acusar o movimento nacionalista Fatah de estar por trás do atentado, Shahwan ressaltou a semelhança entre a bomba encontrada e outras usadas anteriormente contra o Hamas.

O presidente interino do Parlamento, Ahmad Bahar, responsabilizou as Brigadas de Mártires de Al-Aqsa - braço armado do Fatah - por colocar a bomba.

"A sincronização entre este incidente e as ameaças israelenses de uma invasão da Faixa de Gaza indicam que os autores queriam criar confusão entre os palestinos para facilitar a invasão israelense", disse em entrevista coletiva na sede do Parlamento de Gaza.

O Hamas acusa o Fatah de tentar desacreditá-lo através de ataques anônimos contra cybercafés e outros lugares da Faixa.




Fonte: EFE

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