Repórter News - reporternews.com.br
Economia
Quarta - 12 de Setembro de 2007 às 18:27

    Imprimir


O sistema de distribuição de energia elétrica para a região da Baixada Cuiabana ficou mais vulnerável desde a paralisação da Usina Termelétrica de Cuiabá, em função da suspensão do fornecimento de gás pela estatal boliviana Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB). A informação é da assessoria de imprensa da Cemat (Centrais Elétricas de Mato Grosso).

Na manhã desta quarta-feira faltou energia em três regiões, parte de Cuiabá, uma delas. Se a usina estivesse funcionando, o corte seria evitado, segundo informação da Cemat.

De acordo com nota divulgada nesta tarde pela Cemat, embora Mato Grosso faça parte do Sistema Interligado Nacional (SIN) e, portanto, tenha acesso à energia gerada fora do estado, a região da Baixada Cuiabana enfrenta uma limitação quanto à transmissão dessa energia.

A capacidade máxima de transformação da Subestação do Coxipó - que pertence à Eletronorte - somada à produção das hidrelétricas e usinas térmicas que abastecem a região não oferece margem de segurança suficiente para manter o abastecimento completo em caso de incidentes.

“Quando contamos com a produção mínima da Usina Termelétrica de Cuiabá, que é de 135 MW, temos a tranqüilidade de poder liberar uma pequena hidrelétrica para manutenção, por exemplo. Ou, quando começam as chuvas e as descargas atmosféricas, temos cobertura para eventuais reparos nas redes. Sem essa geração, o sistema de distribuição fica mais frágil”, explica o vice-presidente de Operações da Cemat, Arlindo Napolitano.

Ele deixa claro que o objetivo da empresa não é alarmar desnecessariamente a população. Porém, destaca a importância de que todos estejam cientes dessa fragilização do sistema.

Embora a Cemat atue na distribuição e, portanto, não possa intervir nas questões de geração e de transmissão, a empresa vem trabalhando a cada minuto, com atenção redobrada, para garantir o fornecimento de energia à região de Cuiabá.

“Estamos em contato constante com o Operador Nacional do Sistema (ONS) e seguindo as instruções repassadas, fazendo operações delicadas todos os dias em prol da estabilidade no fornecimento. A subestação da Eletronorte também está trabalhando no limite, para garantir o máximo possível de energia para a capital”, explica Arlindo.

Algumas variáveis precisam ser consideradas neste momento. Uma delas é a energia consumida em todo o estado nos horários de pico (13h às 20h), que aumentou 8% em relação ao ano passado: em setembro de 2006, chegava a 814 MW e, um ano depois, já são 880 MW. Mais da metade dessa carga se concentra na Baixada Cuiabana, região mais impactada pela paralisação da termelétrica.

Outra variável importante é a aproximação das chuvas. É natural que, no início do período chuvoso, ocorram fortes vendavais e descargas atmosféricas, que podem comprometer a estabilidade do sistema de distribuição de energia. “Por isso, é muito importante que o fornecimento de gás seja restabelecido e que a termelétrica volte a gerar energia antes do inicio do período chuvoso”, enfatiza Arlindo.

Além das medidas de monitoramento e ajustes diários, ele informa que medidas de médio prazo também já estão sendo tomadas, de modo a evitar que a capital passe novamente por esse problema. A principal delas foi a autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para que a Eletronorte instale um novo transformador de 100 MVA na Subestação do Coxipó. “Esse novo transformador irá aumentar a capacidade da subestação, que poderá suprir quase o equivalente à produção mínima da termelétrica”, explica.

Interrupção no fornecimento

Durante a manhã desta quarta-feira (12), houve uma interrupção de quatro minutos no fornecimento de energia em parte do município de Cuiabá, além de Acorizal, do distrito de Nossa Senhora da Guia e regiões rurais.

A Cemat informou que a interrupção foi causada por defeito em um transformador na Subestação da Eletronorte no Coxipó. O incidente no transformador não teve nenhuma relação com a paralisação na termelétrica.

Porém, o fornecimento de energia não teria sido interrompido se a usina estivesse funcionando, justamente porque o sistema, em condições normais, oferece margem para que pequenas ocorrências sejam contornadas sem que a população sequer perceba.





Fonte: Midia News

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/207483/visualizar/