Bombeiros retiram 173 dos escombros; mortos podem chegar a 200

O Corpo de Bombeiros retirou 173 corpos dos escombros do acidente envolvendo o vôo 3054 da TAM que ocorreu na noite de terça-feira (17), em Congonhas (zona sul de São Paulo). Ao número são somadas as mortes de três pessoas que foram retiradas do local vivas, mas não resistiram aos ferimentos.

Embora o trabalho de resgate dos corpos tenha avançado muito nesta quarta-feira, o IML (Instituto Médico Legal) identificou apenas nove. Um deles, o da funcionária da TAM Express Michele Dias Miranda, foi liberado à tarde.

Nesta quarta-feira, o presidente da TAM, Marco Antonio Bologna, afirmou em entrevista coletiva que a tripulação que estava a bordo do vôo 3054 era "de grande competência" e treinada conforme padrões internacionais de exigência. Bologna disse ainda que a aeronave estava "em boas condições de manutenção" e afastou especulações de que o equipamento tinha mais assentos que a capacidade máxima.

Segundo a TAM, o avião, um Airbus-A320, decolou com 186 pessoas a bordo. Se a morte de todos os ocupantes da aeronaves for confirmada, como prevêem os bombeiros, e somada às 14 mortes em terra anunciadas ontem pelo governador de São Paulo, José Serra (PSDB), o total de mortes do maior acidente aeronáutico da história do país chegará a 200.

O acidente com o vôo 3054 ocorreu na noite de terça-feira (17). O avião, um Airbus-A320 com 186 pessoas a bordo --162 passageiros, 18 funcionários da empresa e 6 tripulantes--, teria derrapado na pista principal do aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, ao pousar. Sem controle, ele atravessou a avenida Washington Luís e atingiu um prédio da TAM Express e um posto de combustíveis. O choque causou um incêndio de grandes proporções.

De acordo com o presidente da TAM, cinco funcionários que estavam no galpão da TAM Express no momento do acidente estão desaparecidos.

Familiares e amigos das vítimas podem obter informações da TAM pelo telefone 0800-117900.

Caixa-preta

Uma das caixas-pretas do avião foi localizada na madrugada desta quarta entre os escombros. O Comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, telefonou para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para informar que o objeto foi enviado para análise na NTSB (National Transportation Safety Board), nos Estados Unidos.

O resultado será analisado pela comissão de profissionais do setor que investigará o acidente.

Risco e luto

O coordenador da Defesa Civil da cidade de São Paulo, Jair Paca de Lima, informou nesta quarta-feira pela manhã que 27 imóveis foram interditados, preventivamente, na região do acidente. Os imóveis estão isolados porque ainda há fumaça no local; há risco de que o galpão da TAM Express incendiado desabe; e espera-se que o isolamento facilite o trabalho dos bombeiros.

Devido ao risco de desabamento, o abastecimento de energia elétrica na região chegou a ser suspenso na noite de terça-feira pela Eletropaulo. O serviço foi restabelecido às 2h55 desta quarta, exceto na esquina das ruas Barão de Urussuí com Baronesa de Bela Vista.

Na terça-feira, o presidente decretou luto oficial de três dias no país em memória das vítimas do acidente. O prefeito Gilberto Kassab (DEM) também decretou luto oficial no município e Serra, no Estado de São Paulo.