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Internacional
Segunda - 02 de Julho de 2007 às 16:39

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Apesar de uma melhora constante, cerca de 19% da população mundial ainda vive com menos de US$ 1 por dia, segundo um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgado nesta segunda-feira. Isso significa que mais de 1 bilhão de pessoas está abaixo da linha da pobreza em todo o mundo. Em 1990, o número era bem maior: aproximadamente um terço da população mundial vivia em condições de extrema pobreza.

O progresso mostrado pelo relatório Metas de Desenvolvimento do Milênio 2007, apesar de positivo, é desigual entre as várias regiões do mundo. Só nos países em desenvolvimento, 980 milhões de pessoas viviam com menos de US$ 1 por dia em 2004. O valor mostra uma queda de 270 milhões em comparação com 1990.

Enquanto o relatório mostra que países como a China alcançaram melhorias significativas nos últimos anos, na África Subsaariana nenhum país conseguirá alcançar os objetivos do milênio até 2015 se os níveis de pobreza atuais não forem radicalmente modificados. Nesta região, aproximadamente 40% da população continua vivendo em condições de extrema pobreza.

Na América Latina e no Caribe, 8,7% da população vive com menos de US$ 1 por dia, segundo dados de 2004; em 1990, a taxa era de 10,3%.

A erradicação da pobreza e da fome é um dos oito objetivos que a ONU espera alcançar até 2015. Os outros objetivos do milênio das Nações Unidas são: alcançar educação primária universal; promover a igualdade de gêneros; reduzir a mortalidade infantil; melhorar o atendimento de saúde a gestantes e mães; combater a Aids, a malária e outras doenças; garantir sustentabilidade ambiental; desenvolver uma parceria global pelo desenvolvimento;

Entre objetivos mais difíceis de serem atingidos estão a fome no mundo, taxas de mortalidade no parto e a mortalidade infantil. "O sucesso ainda é possível na maioria dos países do mundo, mas os resultados mostram que ainda há muito para ser feito", afirmou hoje o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.

Educação e fome

O relatório da ONU mostra que 27% das crianças com menos de cinco anos em países pobres estão abaixo do peso. Em 1990, a taxa era de 33%. A ONU tem o objetivo de baixar o número de 17 anos atrás pela metade até 2015.

Nesse quesito, o progresso alcançado no leste da Ásia não foi suficiente para contrabalançar os resultados ruins da África Subsaariana e do sul da Ásia, onde 46% das crianças com menos de cinco anos estão abaixo do peso.

Também na África, o número de crianças recebendo educação primária aumentou para 70% em 2005, contra 57% em 1991.

Em todo o mundo, 12% das crianças ainda estão fora da escola, um número "inaceitável", de acordo com o relatório. O texto indica ainda que as meninas são mais excluídas da educação primária do que os meninos.

Aids

O relatório mostra ainda que o número de pessoas vivendo com Aids aumentou em 6,6 milhões desde 2001, passando para um total de 39,5 milhões. O número de mortes em decorrência da Aids por ano subiu para 2,9 milhões --um aumento de 700 mil mortes anuais.

O progresso com a tuberculose também não está sendo suficiente para alcançar os objetivos até 2015, especialmente no sul do Saara --a única região do planeta onde o número de casos aumentou nesta década.

Também é preocupante a taxa de mortalidade de mulheres grávidas e durante o parto --500 mil delas morrem por ano de complicações que poderiam ser evitadas e tratadas com serviços de saúde adequados.

Os desafios ainda são numerosos. "A falta de empregos para os jovens; a desigualdade de gênero; a rápida e desorganizada urbanização; a destruição das florestas; a crescente falta de água potável e a alta prevalência do HIV são grandes obstáculos", destaca o relatório.

Com Associated Press





Fonte: Folha Online

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