Publicidade
Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Domingo - 01 de Julho de 2007 às 23:29

    Imprimir


O milionário egípcio Ashraf Marwan, tido como espião do serviço secreto de Israel, o Mossad, e que morreu recentemente em Londres ao cair da sacada de sua casa, estava escrevendo um livro no qual exporia "o mundo sombrio" da espionagem árabe-israelense, publicou hoje o jornal "The Sunday Times".

Marwan, de 62 anos, genro do ex-presidente egípcio Gamal Abdel Nasser, tinha escrito quase a metade de um livro sobre a guerra do Yom Kippur - na qual, em 1973, os países árabes atacaram Israel -, quando caiu misteriosamente do quarto andar.

O egípcio teria supostamente atuado como espião para Israel durante o conflito.

Segundo fontes israelenses dos serviços de inteligência, Marwan foi um dos melhores espiões já recrutados pelo Mossad, e teria fornecido informações valiosas sobre o Egito e o mundo árabe em geral.

No entanto, Ahron Bregman, historiador israelense do King''s College de Londres, acredita, segundo o jornal, que Marwan era um agente duplo que enganou os israelenses sobre os planos de guerra egípcios.

Bregman disse ao jornal "The Times" que, antes de saber de sua morte, o egípcio tinha deixado três mensagens telefônicas na terça-feira, nas quais pedia ao historiador que entrasse em contato com ele urgentemente.

"Eu não estava em casa, mas consegui falar com ele, que me perguntou por um recente processo por difamação em Israel", disse o historiador.

O processo atingia dois ex-agentes da espionagem israelense. Um deles tinha acusado o outro de ter vazado à imprensa o nome de Marwan como espião.

Segundo Bregman, o egípcio confessou a ele que o processo tinha se tornado uma "dor de cabeça" para o milionário e pediu que o encontrasse no King''s College no dia seguinte.

"Ele não voltou a me ligar, e depois fiquei sabendo que tinha morrido", disse Bregman, que há quatro anos acusou Marwan de ser um agente duplo em um jornal egípcio.

"Ele me disse para nunca o enviar nada para seu endereço porque era submetido a uma vigilância constante. Era muito cauteloso e nunca se referia a si mesmo pelo nome", disse o historiador israelense.




Fonte: EFE

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/218960/visualizar/