HRW pede investigação imparcial das mortes em operações da Polícia no Rio

O Human Rights Watch (HRW) pediu hoje uma "pronta e exaustiva investigação imparcial" de supostos excessos cometidos pela Polícia brasileira durante operações no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, que esta semana deixaram pelo menos 19 mortos.

"Qualquer um que tenha matado ilegalmente deve ser levado à justiça", disse o Human Rights Watch em comunicado.

O organismo citou números oficiais brasileiros que assinalam que 44 pessoas morreram durante dois meses de operações policiais para desmantelar quadrilhas de traficantes de drogas no Complexo do Alemão.

O incidente mais grave aconteceu nesta quarta-feira quando a Polícia enfrentou os traficantes na favela, deixando um saldo de 19 mortos, segundo o relatório oficial.

"Uma investigação exaustiva destas mortes é absolutamente crucial para estabelecer a verdade e melhorar a confiança pública" nos trabalhos da Polícia, disse o diretor para a América do HRW, José Miguel Vivanco.

O órgão citou relatórios da imprensa que assinalaram que, de acordo com testemunhas, nos incidentes de quarta-feira três jovens de entre 13 e 16 anos morreram.

Por outro lado, acrescentou, moradores da favela denunciaram que a Polícia tinha matado uma criança de 10 anos.

"O Estado deve garantir investigações independentes que conduzam a processos judiciais com sucesso, não importa quem sejam os autores" das mortes, acrescentou Vivanco.