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Internacional
Terça - 26 de Junho de 2007 às 19:41

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Cidade do Vaticano - O papa Bento XVI modificou e tornou mais difíceis as regras para a eleição de novos papas, mas deixando claro que quando a fumaça branca sair da chaminé perto da Capella Sistina, o novo pontífice terá um forte apoio entre os cardeais. Pelo novo sistema, será necessária uma maioria de dois terços dos votos dos cardeais para eleger um novo papa em todas as votações. Até agora, os dois terços eram necessários até a 33ª votação, com os sufrágios consecutivos exigindo apenas uma maioria simples. O objetivo da mudança, oficialmente, é obter o maior consenso possível e diminuir o tempo das eleições, embora poucos impasses longos tenham ocorrido nas eleições papais das últimas décadas.

A mudança é um retorno à tradição do Vaticano e reverte a decisão do papa João Paulo II de 1996, que instituiu o sistema da maioria simples, se após 33 votações do colégio cardinalício o novo papa não fosse escolhido. Alguns analistas dizem que com as regras de João Paulo II, um bloco majoritário em um conclave poderia apoiar de maneira compacta um candidato, até que a eleição passasse da maioria de dois terços para a maioria simples. O documento, essencialmente uma ordem executiva chamada "motu proprio" foi emanada do papa sem nenhuma consulta aos cardeais, o que é uma prerrogativa do pontífice.

Com a decisão, Bento XVI modifica a constituição apostólica Universi Dominici Gregis, promulgada por João Paulo II em 1996, nos dispositivos que tratam da vacância da Sé e da escolha do pontífice romano. O porta-voz do Vaticano, o jesuíta Federico Lombardi, confirmou que a modificação pretende "garantir o consenso mais amplo possível na nomeação do novo papa".

A votação para escolher o papa em um conclave começa imediatamente depois de todos os cardeais eleitores - os que têm menos de 80 anos - entrarem na Capella Sistina, local tradicional para a definição dos sucessores. A primeira votação pode ser feita já no primeiro dia. Caso o novo papa não seja eleito, nos dias seguintes ocorrem duas votações de manhã e outras duas à tarde. Os cardeais são mantidos em total isolamento do mundo exterior: não podem usar telefone, receber jornais, ver televisão ou ter acesso à internet. Nem tradutores são admitidos.

O papa João Paulo II instituiu a maioria simples em 1996 para evitar impasses. Embora não tenham sido freqüentes no século passado, ocorreram impasses muito longos nas eleições papais. No século XIII, uma eleição papal, realizada na cidade de Viterbo, perto de Roma, durou três anos. Cansada com o impasse, a população local removeu o teto da Igreja onde ocorria a eleição e ameaçou suspender a entrega de refeições aos cardeais. Em 1623, oito cardeais morreram de malária durante um conclave que ocorreu em Roma durante o verão. Mas nenhum conclave no século passado durou mais de cinco dias, e a eleição de João Paulo II em 1978 envolveu oito votações em três dias. O conclave que elegeu Bento XVI em 2005 foi ainda mais rápido.





Fonte: AE-AP

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